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Cruzeiro do Sul fez desvio para Edemar

Movimentações somaram US$ 52,3 milhões; dinheiro foi parar em empresas no exterior, segundo a Justiça

Antigo controlador do Cruzeiro do Sul diz que operações foram legítimas e reconhecidas pelo BC

JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

A Justiça já sabe que os US$ 52,3 milhões (R$ 120 milhões) enviados pelo Cruzeiro do Sul ao exterior eram recursos desviados do Banco Santos, que pertencia a Edemar Cid Ferreira e foi liquidado em 2005.

Segundo a Justiça, o dinheiro foi remetido pela BCS Asset Management, ligada ao Cruzeiro do Sul, para três empresas em paraísos fiscais em dezembro de 2003 e janeiro de 2004.

No período, a BCS enviou US$ 39,1 milhões para a Alsace Lorraine Investments Services, US$ 10,8 milhões para a Chory Investments Corporation e US$ 2,4 milhões para a Montvale Corporation.

Investigações autorizadas pela Justiça brasileira no exterior comprovaram que esses recursos foram desviados do Banco Santos e que as empresas destinatárias pertenciam a Edemar Cid Ferreira.

Os documentos, a que a Folha teve acesso, estão prestes a serem anexados ao processo da massa falida do Santos contra o Cruzeiro do Sul.

A Folha apurou que, nesse processo, aberto em 2007 e que corre em segredo de Justiça em São Paulo, a massa falida do Santos pede uma indenização de R$ 200 milhões ao Cruzeiro do Sul por "ter servido de lavanderia".

Luis Octávio Índio da Costa, ex-superintendente do banco, informou em nota que "todos os recursos remetidos pela BCS para o exterior resultaram exclusivamente do resgate de investimentos estrangeiros feitos anteriormente no Brasil".

Até o encerramento desta edição, a reportagem não conseguira contato com os advogados de Edemar Cid Ferreira. Vânio Aguiar, administrador da massa falida do Santos, não quis comentar. O Cruzeiro do Sul também não se manifestou.

ANTECEDENTES

No relatório que justificou a intervenção no Banco Santos, o BC já tinha identificado que a BCS Asset Management recebeu R$ 149,1 milhões da 5284 Investimentos S.A (que pertencia a Edemar) em sua conta-corrente.

Dessa conta, a BCS enviou R$ 157,7 milhões para uma outra, em outro banco, ainda no Brasil. Daí, por meio de contratos de câmbio, parte do dinheiro (R$ 120 milhões) seguiu para o Sofisa Bank of Florida (EUA), outra parte (R$ 31,1 milhões) foi ao Pine Bank of Miami, e o restante (R$ 6,5 milhões), ao Safra National Bank of New York.

As investigações em torno do Cruzeiro do Sul no exterior focaram as transações efetuadas via Sofisa Bank.

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