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Rio+20 cobra relatório ambiental na Bolsa

Documento da conferência ressalta importância de companhias divulgarem informações sobre sustentabilidade

Intenção é encorajar publicação de dados; empresas brasileiras 'fazem bom trabalho', afirma organização

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Em um esforço para incentivar empresas a divulgar relatórios socioambientais, o documento final da Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, destinou um trecho ao tema.

O parágrafo encoraja companhias, especialmente as listadas em Bolsa, a publicar dados sobre sustentabilidade.

São informações como uso de água e energia, conservação de florestas e sobre o relacionamento com a comunidade onde a empresa está localizada, que devem ser integradas aos dados financeiros.

Para Ernst Ligteringen, presidente global da GRI (Global Reporting Initiative), que estabelece o padrão internacional para divulgação de relatórios socioambientais, as companhias estão mais cientes da importância das informações, inclusive no Brasil.

Leia trechos de entrevista do executivo à Folha:

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Melhorar relações

As empresas têm percebido que relatórios socioambientais consistentes podem ajudá-las a melhorar a relação com investidores, acionistas e sociedade em geral.

Tanto integrantes do mercado financeiro quanto os clientes esperam que as companhias sejam cada vez mais claras na divulgação de dados sobre sustentabilidade.

No Brasil, a Bolsa passou a recomendar que as empresas listadas publiquem essas informações.

Aqui, a qualidade dos relatórios socioambientais ainda é variável, mas isso não é surpresa porque se trata de algo relativamente novo e muitas companhias estão começando nisso. Leva algum tempo para que qualquer empresa aprenda como preparar um bom documento.

Comunicação

Uma das dificuldades é as empresas entenderem que não se trata de marketing, mas de comunicar de forma consistente e objetiva que impactos ambientais elas têm causado e o que tem sido feito para superar os desafios.

Países como Reino Unido, Alemanha e outros na Europa, e também o Japão, estão mais desenvolvidos nessa área. Mas, no Brasil, as maiores companhias também têm feito um bom trabalho.

Investidores

Grande parte dos investidores confia em analistas e gestores de recursos para direcionar as aplicações. E esses profissionais analisam a performance das empresas em sustentabilidade.

Também existem índices para avaliar o desempenho das companhias nesse quesito, e muitos investidores são guiados por isso. Assim, ainda que os aplicadores não sejam consumidores diretos dos relatórios socioambientais, os documentos acabam influenciando as decisões.

O maior objetivo das informações, no entanto, não é ser ferramenta para a compra ou a venda de ações no curto prazo, mas sim melhorar a relação da empresa com investidores e a sociedade no longo prazo.

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