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Análise

Investir em longo prazo está virando um bom negócio

ERNANI TEIXEIRA TORRES FILHO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A queda da taxa de juros veio para ficar. Os rendimentos das aplicações tradicionais de renda fixa estão caindo e isso está mudando a vida do investidor. As poupança e os CDBs dos bancos, com liquidez imediata, estão perdendo a atratividade.

Ao mesmo tempo, cresce o interesse por aplicações ainda pouco conhecidas, que têm prazos mais longos, isenção de Imposto de Renda e se baseiam em recebíveis [contas que serão pagas] agrícolas e imobiliários.

Os mais novos membros dessa família de novos investimentos são as debêntures [título de dívida] de infraestrutura.

Criadas em 2010, aos poucos começam a ser emitidas. São papéis de dívidas de empresas que precisam captar recursos para financiar projetos de investimento.

São de prazo longo e indexados a índices de preço ou sujeitos a taxas de juros fixas.

Em compensação, pagam rendimento mais elevado e também estão isentos de IR. É mais uma oportunidade para aqueles que estão pensando em poupar com foco no futuro e que não se contentam com os juros baixos.

Além de atender a uma necessidade dos investidores, as debêntures de infraestrutura estão também ajudando a superar um dos mais relevantes obstáculos ao desenvolvimento, a escassez de fundos de longo prazo.

Com essa nova forma de aplicação, parte dos investimentos na economia vai poder ser financiada por recursos privados, desafogando o BNDES.

Para isso, é preciso que esse mercado se expanda o mais rápido possível, atingindo um mínimo de R$ 50 bilhões em papéis.

O governo podia estimular o lançamento desses novos papéis dando vantagens adicionais por meio dos bancos públicos.

As empresas que aceitassem emitir essas debêntures teriam mais acesso aos recursos dos programas oficiais de crédito.

Esse programa de emissões, se lançado de imediato, teria ainda a vantagem de promover um mercado, ainda em nascimento, com papéis privados de bom risco e com padronização, em um momento em que os investidores encontram-se ávidos por títulos privados com esse perfil.

Essa seria mais uma medida para ajudar o longo prazo a virar um bom negócio para todos.

ERNANI TEIXEIRA TORRES FILHO é consultor e professor de economia da UFRJ.

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