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Equipe econômica vê possibilidade de nova queda da Selic

Avaliação é de que é possível fazer corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

A equipe econômica da presidente Dilma avalia que o cenário econômico atual permite mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros sem comprometer a estratégia da política monetária para o próximo ano.

Depois dessa redução, que seria a última do processo de queda dos juros iniciado no ano passado, o Banco Central sinalizaria ao mercado que a taxa Selic pode ficar estável desde que a inflação continue convergindo para 4,5%, o centro da meta.

A taxa básica de juros caiu de 12,5% para 7,5% desde agosto de 2011. Em sua última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) alertou que uma nova redução somente ocorreria com a "máxima parcimônia".

Ou seja, na hipótese de novo corte nos juros, ele não será mais de 0,50 ponto percentual, como ocorreu nas últimas três vezes, mas de 0,25 ponto -reduzindo a taxa para 7,25%. A próxima reunião será em 9 e 10 de outubro.

Um último corte, contudo, ainda não é dado como certo. Assessores destacam que a presidente entende que, se necessário, o BC pode interromper o processo de queda para evitar ou postergar uma retomada das altas.

No Palácio do Planalto, auxiliares fazem questão de frisar que a presidente não quer perder o controle sobre a inflação em 2013, o que significaria entrar no último ano de mandato tendo de tomar medidas amargas na economia.

Daí que, se for necessário um ajuste nos juros, Dilma dará apoio ao BC. Recentemente, geraram desconforto no banco declarações de autoridades do governo de que não seria preciso subir os juros em 2013.

O cenário econômico atual, porém, é visto como benigno pela equipe de Dilma. A avaliação é que o choque de oferta vindo dos EUA desviou temporariamente a inflação da trajetória de conversão para o centro da meta, mas que ela será retomada nos próximos meses, ficando abaixo de 5% no final de 2013.

A segurança vem da avaliação de que a economia mundial seguirá num ritmo muito fraco no médio prazo, da redução das pressões sobre preços vindas do setor de serviços e das medidas adotadas pelo governo, como o corte nas tarifas de energia.

Do lado do crescimento econômico, a equipe de Dilma já trabalha com uma taxa superior a 1% no terceiro trimestre, o que deve garantir que o país estará crescendo, no final do ano, a uma velocidade de 4%. O crescimento acumulado em 2012, contudo, deve ficar abaixo de 2%.

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