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Carros feitos no país estão longe de meta de consumo

Para o Inmetro, exigências têm de trazer desafios para a indústria

Governo vai dar às empresas incentivo em troca de veículos menos "beberrões" de combustível

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
HELTON SIMÕES GOMES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se as metas de eficiência no consumo de combustível estipuladas pelo novo regime automotivo tivessem de ser cumpridas neste ano, nenhum dos carros fabricados no Brasil atenderia aos requisitos exigidos.

Mais: até os veículos melhores avaliados pelo PBE (Programa Brasileiro de Etiquetagem) Veicular, do Inmetro, estariam fora da meta.

O governo estabeleceu que até 2017 o consumo médio de gasolina deve chegar a 17,26 km por litro e o de etanol, a 11,96 km por litro. A redução é de 12% em relação à média atual de consumo. As empresas que conseguirem aumentar essa eficiência em até 18% terão direito a um incentivo: redução de até dois pontos adicionais de IPI.

"É lógico que, se o governo pretende fazer uma redistribuição tarifária, tinha de estabelecer metas ousadas. Não teria sentido dar incentivo tributário a empresas que produzissem carros com maior desempenho energético se as metas não trouxesse desafio. São factíveis para quem investir em inovação", afirma Alfredo Lobo, diretor de qualidade do Inmetro.

Neste ano, participam do programa voluntário do Inmetro 105 modelos de oito montadoras. Desse total, 17 das categorias compacto e subcompacto receberam nota A, com menor consumo de combustível. No link folha.com/no1164921 é possível ver todas as categorias e também as avaliações feitas pelo programa.

A partir de 2013, é esperada maior adesão das montadoras que devem se inscrever no programa em razão dos incentivo tributário. "Neste ano, outras quatro montadoras devem aderir e devemos chegar a 200 veículos. Com o novo regime, esperamos 100% de adesão", diz Lobo.

ADESÃO

Luiz Carlos Mello, coordenador do Centro de Estudos Automotivos e ex-presidente da Ford, afirma que é obrigação da indústria perseguir metas mais eficientes de consumo de combustível.

"As exigências já vinham sendo estabelecidas no mundo todo. Não é preciso conceder incentivo nem ter regime automotivo para isso", afirma Mello.

"Quem deveria exigir isso é o mercado. E no Brasil o mercado (consumidor) é muito acomodado."

Para o professor de engenharia da FEI e ex-gerente executivo da GM, Edson Esteves, as metas foram "tímidas". "As montadoras vão trazer soluções de fora. Nos EUA, Canadá, Europa e Japão, a exigência de redução de combustível em troca de redução de imposta já existe desde a década de 80."

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