São Paulo, sábado, 02 de abril de 2011

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Apesar de turbulências externas, agronegócio exporta 34% mais

No 1º trimestre, receita total dos dez principais produtos exportados chega a US$ 11 bilhões

País vende mais devido a demanda externa forte por commodities, preços em alta e novos produtos na pauta

MAURO ZAFALON
COLUNISTA DA FOLHA

Apesar da crise no mundo árabe e da catástrofe japonesa provocada por terremoto e tsunami, a balança comercial brasileira do agronegócio ainda sustenta um ritmo acelerado.
De uma forma geral, o país está vendendo mais e recebendo bem mais, devido à demanda externa aquecida por commodities, preços em alta e novos produtos na lista das exportações.
Produção e estoques de alimentos estão no limite e garantem alta nos preços.
Considerados dez dos principais produtos da pauta de exportações do setor, as receitas brasileiras de janeiro a março somam US$ 11 bilhões, 34% mais do que em igual período de 2010.
Um dos destaques é o complexo soja (soja em grão, farelo e óleo de soja). Preços elevados e demanda externa permitiram ao país obter receitas de US$ 3,1 bilhões com esses produtos neste primeiro trimestre.
As vendas brasileiras ainda estão em ritmo menor do que as de igual período do ano passado, quando houve uma antecipação das vendas, mas as negociações do mês passado ocorreram a valores 34% superiores aos de um ano atrás.
O setor de carnes -de frango, bovina e suína- também vai bem. As receitas do ano com carne "in natura" somam US$ 2,9 bilhões, 26% mais do que em 2010.
Não só as receitas, mas também o volume das exportações cresce. Os dados de ontem da Secex (Secretaria de Comércio exterior), quando considerada a média exportada por dia útil, aponta essa alta.
As vendas externas de carne de frango "in natura" atingiram US$ 601 milhões, superando em 21% as de março do ano passado. Essas receitas vieram de um volume 2% maior e de preços 19% superiores aos de um ano atrás.
O maior reajuste de preços, no entanto, ocorre na carne bovina, que teve alta de 35% no mês passado, na comparação com março de 2010. Os exportadores brasileiros colocaram 80 mil toneladas de carne bovina "in natura" no mercado externo no mês passado, com receitas de US$ 393 milhões.
As exportações de carne suína de março superaram as de fevereiro, mas recuaram 13% em relação às do ano passado. Mesmo assim, devido à valorização dos preços, as receitas do setor somaram US$ 106 milhões em março, volume próximo ao do registrado em março de 2010.

DESTAQUES
A balança comercial do agronegócio mostra alguns destaques neste ano, embora as receitas não atinjam as de carnes, soja e açúcar.
Um deles é o café, cujas vendas externas somaram US$ 642 milhões no mês passado. O ritmo de exportações do produto é tão veloz, que as receitas totais do ano podem superar US$ 6 bilhões.
O milho também está com participação maior na pauta de exportações. Após ter somado 10,8 milhões de toneladas no ano passado, as vendas externas se mantiveram elevadas no primeiro trimestres deste ano, e as receitas superam em 92% as de janeiro a março do ano passado.
Até o trigo, que não encontrou preços favoráveis no mercado interno, já rende US$ 471 milhões de receitas no ano, 292% mais que em igual período de 2010.


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