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Compactos ganham espaço em lançamentos imobiliários
Em 2005, 24% dos novos imóveis tinham até 55 m2; hoje, fatia é de 39%
Crédito farto e renda maior impulsionam "compactos'; programa habitacional do governo facilita venda à classe C
MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO
Os imóveis de até 55 m2,
chamados de "compactos",
vêm ganhando espaço nos
lançamentos em São Paulo.
Impulsionados pelo crescimento do crédito e da massa salarial, tiveram a participação ampliada de 24%, em
2005, para 39% em 2010, segundo levantamento realizado pela empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel, a
pedido da Folha.
Somente nos primeiros sete meses do ano (até 23 de julho), as construtoras já colocaram no mercado 6.033 unidades "compactas" -mais
que o total em 2005 (5.801).
Em geral, foram lançadas
15.658 unidades em 2010.
Para Celso Amaral, diretor
da Geoimovel, dois fatores
foram fundamentais para
alavancar essas vendas.
O primeiro foi o crescimento do poder aquisitivo da população -de 27%, entre janeiro de 2005 e maio de 2010
na Grande São Paulo, segundo o Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos).
O outro é a maior facilidade de financiamento nos últimos anos, com juros mais
baixos, prazo de pagamento
maior e prestações menores.
"Há uma demanda forte
por esses apartamentos. As
construtoras perceberam esse movimento", diz Amaral.
PRIMEIRO "APÊ"
Para o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), João Crestana, os jovens também têm impulsionado o mercado de "compactos". "São casais ou solteiros
com idades de 20 a 35 anos,
que já trabalham, mas não
têm condições de comprar
imóveis de 100 m2."
Para atender a essa demanda, a Gafisa criou em
2006 a marca Living, cujo foco são imóveis menores
(70% têm até 55 m2). No primeiro ano de existência, lançou 720 imóveis. No ano passado, o número saltou para
16.062. Para este ano, a expectativa é chegar aos 25 mil.
Segundo Romeu Braga, diretor de incorporação da empresa, o programa habitacional do governo Minha Casa,
Minha Vida, lançado em
março do ano passado, também contribuiu para uma
oferta maior desses imóveis.
"O MCMV trouxe novos
clientes para esse mercado,
que são pessoas da classe C
que estavam desassistidas",
ressalta. Entre os benefícios
do programa, estão juros reduzidos e subsídios federais.
A assistente comercial
Cristiane Dias, 28, comprou o
primeiro imóvel recentemente, após diversas tentativas.
"Não conseguíamos comprovar renda suficiente, mas
deu certo pelo MCMV", diz
ela, que irá mudar com o marido e a filha de um ano para
um imóvel de 52 m2 em 2012.
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