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Teles terão de investir R$ 250 bi até a Copa
Atrasadas, operadoras podem ter de dobrar investimentos para antecipar metas e evitar panes durante os jogos
Maior preocupação
é a entrada rápida de
novos consumidores, que vão usar a internet pela rede móvel
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
Quando o pontapé inicial
do jogo de abertura da Copa
for dado, em 2014, as operadoras precisarão ter investido R$ 250 bilhões em suas redes para atender ao aumento
de pessoas conectadas às
suas redes, principalmente a
3G (terceira geração).
Isso significa mais que dobrar os investimentos feitos
nos últimos cinco anos, prevendo que as estimativas de
novos consumidores sejam
antecipadas em quatro anos.
Analistas consideram que,
mantido o ritmo atual -de
R$ 20 bilhões em investimentos por ano pelo setor-, haverá problemas nas 12 cidades-sede da Copa devido ao
aumento de tráfego, principalmente na web via celular.
Se a Copa começasse hoje,
o serviço de internet já não
suportaria a demanda. É o
que mostrou uma pesquisa
feita pela chinesa Huawei,
que vende equipamentos para turbinar a capacidade das
redes das operadoras.
Realizada entre setembro
e este mês, a pesquisa testou
a velocidade, a cobertura do
3G e a qualidade de streaming de vídeo (quando se assiste a um programa transmitido via internet sem armazená-lo) nas redes da Vivo, da
Claro, da TIM e da Oi.
A velocidade média para
quem fez um download foi de
567 Kbps (kilobits por segundo). Para postar um vídeo,
ela foi de 249 Kbps, e, para
assistir a uma partida transmitida pela internet, houve
problemas de qualidade de
imagem, classificada como
regular em 9 das 12 cidades.
"Considerando que essa
rede foi construída em dois
anos, os resultados são positivos", afirma Marcelo Motta,
diretor de marketing e soluções da Huawei. "Mas na Copa o aumento de tráfego vai
pressioná-los para baixo."
Segundo Motta, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e
Cuiabá sempre estiveram acima da média nos indicadores
avaliados. Salvador, Recife,
Natal e Belo Horizonte foram
sempre piores que a média. O
Rio de Janeiro, que será sede
da Olimpíada de 2016, apareceu na quinta posição.
INVESTIR EM QUÊ?
Analistas afirmam que as
teles estão atrasadas em seus
investimentos para a Copa
em parte porque o comitê organizador não definiu as
prioridades do setor.
Há chances de que, mesmo dobrando os investimentos a partir de 2011, as teles
não suportem o tráfego na
Copa. Isso porque haverá um
crescimento explosivo do
mercado interno até lá.
Desde que o 3G foi lançado, em 2008, as operadoras
passaram a investir na construção da rede, e a expansão
dos clientes que usam o serviço já preocupa porque as
força a fazer investimentos
ainda maiores.
Em dois anos, os celulares
que navegam pela internet
(smartphones) já representam 9% do total de aparelhos
no país. E se estima que eles
serão 23,5% do total, em
2014, consumindo 52 vezes
mais dados que hoje.
As próprias teles afirmam que o acesso via celular a sites que permitem
baixar vídeos, músicas,
postar mensagens, entre
outras aplicações, já faz levar a capacidade de algumas operadoras ao limite
nas principais capitais.
FOLHA.com
Teles usam Copa para
pressionar Anatel
folha.com.br/me824030
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