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Câmara aprova partilha e fundo do pré-sal
Governo receberá parte da produção em óleo e Petrobras participará de todos os consórcios; texto vai para sanção de Lula
Modelo será aplicado em áreas que ainda
não foram leiloadas;
discussão sobre
royalties fica para 2011
LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados
aprovou na madrugada de
hoje o projeto que muda o
modelo de exploração de petróleo do pré-sal de concessão para partilha e cria o fundo social para aplicar os recursos oriundos de sua produção. O projeto segue para a
sanção do presidente Lula.
Na votação, o governo
conseguiu adiar para 2011 a
discussão sobre a divisão dos
royalties de petróleo.
O novo modelo de partilha
será aplicado na área do pré-sal que ainda não foi leiloada, que equivale a dois terços
das reservas já descobertas.
O governo passará a receber parte da produção em
óleo e a Petrobras participará
de todos os consórcios com
ao menos 30% e será a única
operadora das reservas.
Outros dois projetos do
pré-sal, o que permitiu a capitalização da Petrobras e o
que criou a PetroSal, já foram
aprovados pelo Congresso e
sancionados por Lula.
O relator do projeto na Câmara, Antônio Palocci (PT-SP), que não registrava presença na Casa desde 4 de
agosto, apresentou parecer
que manteve a adoção da
partilha e criou o fundo social, mas adiou a repartição
dos recursos e retirou a determinação para que a União
compense financeiramente
os Estados produtores.
"Se a União compensar financeiramente os Estados
produtores, com dinheiro do
fundo, não haverá fundo."
Palocci também defendeu
no seu relatório a exclusão de
destinação obrigatória de 5%
do fundo para a Previdência.
""Não acho correto pagar à
Previdência, uma coisa permanente, com recursos finitos. O poço de petróleo seca."
EDUCAÇÃO
O ex-ministro da Fazenda
também mudou o trecho o
que se referia aos recursos
destinados à educação. A
proposta que saiu do Senado
previa que 50% da arrecadação pela União que seria colocada no caixa do Fundo Social fosse reservada à área.
A mudança prevê que 50%
dos rendimentos do fundo
irão para a educação e, dentro desse montante, 80% devem ser investidos em educação básica e infantil.
Outras áreas, como ciência
e tecnologia, esportes, ambiente e erradicação da pobreza, continuam a integrar a
destinação da produção petrolífera, ainda sem definição
de porcentagem de quanto
cada setor deverá receber.
Palocci acredita que é preciso construir um novo modelo de divisão dos recursos
oriundos da exploração do
pré-sal. Mas ele disse que isso poderá ser feito em 2011,
com novos governadores e
presidente da República.
No Senado, Pedro Simon
(PMDB-RS) incluiu no projeto a redistribuição entre todos os Estados e municípios,
de acordo com critérios dos
fundos de participação, dos
royalties e participações especiais de toda a exploração
do petróleo no mar, inclusive
fora da camada pré-sal.
A emenda previa ainda
que a União teria de compensar Estados produtores como
Rio de Janeiro e Espírito Santo, que perderiam recursos.
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