São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011 |
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Setores afetados pelo câmbio também se destacaram JULIANA ROCHA DE BRASÍLIA O aumento das importações, o real valorizado e a concorrência chinesa não impediram a indústria brasileira de crescer mais que o restante da economia. Mesmo setores que reclamam das condições do comércio internacional tiveram desempenho positivo no ano passado, graças ao aquecido mercado interno. As indústrias de brinquedos, têxtil, de calçados e de siderurgia são exemplos das que pedem proteção. Elas registraram aumento nas vendas internas de mais de 9%. No caso do setor siderúrgico, que teve o melhor desempenho entre essas, as vendas internas cresceram 30% e as exportações, 4%. Já a produção industrial do ano passado cresceu 10,5%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). IMPOSTO MAIOR O setor de brinquedos foi agraciado em 2010 com o aumento do imposto de importação para 35%, o máximo permitido pelo Mercosul. Os outros três setores contam com medidas antidumping (aplicadas nos casos em que o produto é importado por preço menor que o praticado no país de origem) já em vigor e outras em avaliação. Segundo o presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), Synésio Batista, foi necessário cortar preços para concorrer com os chineses. A estratégia permitiu que o setor roubasse 5% do mercado dos importados. E as empresas faturaram 11% mais que no ano anterior. Os setores apontam que o consumo nacional garantiram o bom desempenho. Mas, preocupados com o cenário internacional, mantêm o discurso de que é preciso criar mecanismos de proteção contra os estrangeiros para evitar prejuízos e a temida desindustrialização. O argumento da indústria foi aceito pelo governo. A ordem da presidente Dilma Rousseff é tomar medidas para aumentar a competitividade brasileira. No alto escalão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, proteção comercial é considerada uma obrigação. Mas a ajuda não será indiscriminada, nem serão eleitos "os setores vencedores", avisou a secretária de Desenvolvimento da Produção, Heloísa Menezes. O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, diz que o governo está fazendo um diagnóstico dos setores que mais sofrem os efeitos do real valorizado e da competição chinesa antes de fechar a política industrial. O governo pretende levar ao Congresso a redução de impostos da folha de pagamento. Mas o Ministério da Fazenda admite que não é uma discussão fácil porque as centrais sindicais querem que o Tesouro cubra o rombo que a medida vai causar na receita da Previdência. Texto Anterior: Indústria tem crescimento recorde, mas já se desacelera Próximo Texto: China vai matar a produção, dizem empresários Índice | Comunicar Erros |
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