São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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Temor paralisa recuperação da Bolsa

Sem saber exatamente o que o governo brasileiro quer fazer para combater a inflação, mercado fica travado

Bovespa sofre queda de 1,71%, puxada por forte desvalorização nas ações de Vale, bancos e siderúrgicas

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

A recuperação da Bolsa de Valores brasileira foi abortada ontem em meio a dúvidas e temores sobre as estratégias do governo para combater a alta dos preços.
A forte expansão do setor industrial, que no ano passado teve seu maior crescimento em 24 anos, gerou alarme entre os investidores sobre a dimensão do desafio para o governo neste ano.
As autoridades econômicas já sinalizaram por várias vezes a intenção de usar mais do que os juros para combater a inflação. Mas, sem uma ideia clara do que o governo pode fazer, o mercado brasileiro de ações praticamente travou, castigando principalmente os papéis de empresas voltadas para o consumo doméstico.
Nas mesas de operações, discutiu-se a possibilidade de um aumento dos impostos sobre investimentos, ou mesmo de que os bancos sejam obrigados a recolher ainda mais recursos ao Banco Central, uma medida clássica para tirar dinheiro da economia (e esfriar o consumo).
"O problema é que num ambiente de muitas incertezas o mercado não reage bem", resume Antonio Cesar Amarante, analista da Senso Corretora.
A Bovespa não contou ontem nem com seu habitual "estímulo" externo. Os investidores na Bolsa de Nova York não se entusiasmaram com o influente relatório da consultoria ADP, que apontou uma geração de empregos mais robusta do que o esperado. E o índice Dow Jones, uma referência mundial para os negócios com ações, subiu apenas 0,02%.
O índice Ibovespa sofreu queda de 1,71%, derrubado pela forte desvalorização vista nas ações da Vale, dos bancos e das siderúrgicas, a exemplo de Usiminas (queda de 4,1%) e Santander Brasil (baixa de 3,4%).
Já o dólar comercial avançou somente 0,2% e atingiu R$ 1,668.
As ações ordinárias da Arezzo, fabricante de calçados femininos, avançaram 11,8% na sua estreia na Bolsa. A procura pelo papel inflou o volume financeiro do mercado, com mais de R$ 300 milhões em negócios.


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