São Paulo, sábado, 03 de julho de 2010

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ENTREVISTA RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Capitalismo estatal é ameaça, diz defensor do livre comércio

DE SÃO PAULO

O norte-americano Ian Bremmer, 40, diz em "The End of Free Market" (O Fim do Livre Mercado, Portfolio, 240 págs., US$ 26,95, R$ 47) que o "capitalismo de Estado" será uma marca da geopolítica pós-crise financeira.
O livro pondera sobre os limites do modelo liberal vigente até as quebras de 2008. Busca a melhor regulamentação para multinacionais, interesse central do autor.
O presidente da consultoria Eurasia tem a seu lado o apelo do medo; simplificando, argumenta que governantes que usam estatais politicamente ganham tanto economicamente quanto na "luta por poder", o que incentiva sociedades menos livres e afasta multinacionais.
Ele mira China e Rússia. Aponta Brasil e Índia como potenciais capitalismos de Estado, mas ameniza ao falar à Folha sobre Lula e a Petrobras. O livro sai no Brasil em fevereiro, pela Saraiva.

 

Folha - O Brasil tende ao capitalismo de Estado?
Ian Bremmer -
O país é um paradigma da abertura ao investimento externo, o império da lei se fortaleceu. Lula não tem a marca do capitalismo de Estado.

Por que "a Petrobras vai se tornar menos eficiente"?
Se autoridades forçarem a Petrobras a criar oportunidades para empresas locais, como desejo político, não baseado em competição, algumas delas não serão aptas a fornecer os melhores equipamentos ou serviços. É o risco.

Dilma seria a continuação de uma "luta por poder"?
Sob Lula não vimos tal disputa, mas o desejo de continuar a modernização do Brasil. Com a Olimpíada e a Copa, o país precisará de maciço investimento estrangeiro; Dilma Rousseff sabe disso.


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