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ENTREVISTA RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Capitalismo estatal é ameaça, diz defensor do livre comércio
DE SÃO PAULO
O norte-americano Ian
Bremmer, 40, diz em "The
End of Free Market" (O Fim
do Livre Mercado, Portfolio,
240 págs., US$ 26,95, R$ 47)
que o "capitalismo de Estado" será uma marca da geopolítica pós-crise financeira.
O livro pondera sobre os limites do modelo liberal vigente até as quebras de 2008.
Busca a melhor regulamentação para multinacionais,
interesse central do autor.
O presidente da consultoria Eurasia tem a seu lado o
apelo do medo; simplificando, argumenta que governantes que usam estatais politicamente ganham tanto
economicamente quanto na
"luta por poder", o que incentiva sociedades menos livres e afasta multinacionais.
Ele mira China e Rússia.
Aponta Brasil e Índia como
potenciais capitalismos de
Estado, mas ameniza ao falar
à Folha sobre Lula e a Petrobras. O livro sai no Brasil em
fevereiro, pela Saraiva.
Folha - O Brasil tende ao capitalismo de Estado?
Ian Bremmer - O país é um
paradigma da abertura ao investimento externo, o império da lei se fortaleceu. Lula
não tem a marca do capitalismo de Estado.
Por que "a Petrobras vai se
tornar menos eficiente"?
Se autoridades forçarem a
Petrobras a criar oportunidades para empresas locais, como desejo político, não baseado em competição, algumas delas não serão aptas a
fornecer os melhores equipamentos ou serviços. É o risco.
Dilma seria a continuação de
uma "luta por poder"?
Sob Lula não vimos tal disputa, mas o desejo de continuar a modernização do Brasil. Com a Olimpíada e a Copa, o país precisará de maciço investimento estrangeiro;
Dilma Rousseff sabe disso.
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