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VAIVÉM
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Açúcar garante remuneração do setor de cana
A safra de cana-de-açúcar
se desenvolve bem, o clima
ajuda e as condições de produção voltam à média histórica. Já a demanda interna
por álcool cresce, o que dá
sustentação aos preços.
A avaliação é de Antonio
de Padua Rodrigues, diretor
da Unica (que congrega as
usinas).
Apesar da boa evolução da
safra, o que dá melhor equilíbrio financeiro ao setor, no
entanto, é o açúcar para exportação. As vendas externas
reforçam o caixa das usinas e
permitem melhor remuneração à cana entregue pelos
produtores.
Os dados deste mês do
Consecana -indicador mensal que serve para reajustes
de preços do setor conforme
as receitas de vendas- mostram que o faturamento obtido com as vendas externas
de açúcar são 63% maiores
que as com álcool hidratado.
O açúcar que está sendo
embarcado foi negociado
com contratos antigos, quando os preços praticados no
mercado internacional eram
mais elevados, segundo Rodrigues. Esses contratos giram próximos de 22 centavos
de dólar por libra-peso (454
gramas). O mercado negociava o açúcar a 16,70 centavos
ontem, em Nova York.
A remuneração do açúcar
permite que a cana entregue
em junho pelos produtores
seja paga a R$ 46 em média
por tonelada. Essa média é
formada basicamente pela
remuneração do açúcar.
Se as usinas produzissem
apenas açúcar, com os preços atuais de mercado poderiam pagar até R$ 56 por tonelada de cana. A remuneração das usinas com as vendas do hidratado permitem o
pagamento, no entanto, de
apenas R$ 36 por tonelada.
Como as usinas remuneram a cana pela média, as
que operam apenas com a
produção de álcool estão pagando 28% a mais pela matéria-prima do que estão faturando com a venda do produto industrializado.
Neste semestre, as empresas poderão fazer a compensação dessa perda.
Ainda menor Mato
Grosso semeou a maior área
de milho da história, mas colherá apenas a segunda
maior safra. Otávio Celidonio, superintendente do Instituto Mato-Grossense de
Economia Agropecuária, diz
que a produção fica em 8,2
milhões de toneladas.
Produtividade Prevista
em 9,5 milhões de toneladas,
a safra foi afetada por seca
em várias regiões. Com isso,
a produtividade, esperada
em 80 sacas por hectare, cai
para 68. A área semeada foi
de 2 milhões de hectares.
Diversificação Celidonio diz que o plantio de milho
é importante para o Estado,
mas a comercialização é
complicada devido à logística. Os leilões do governo aliviam esses gargalos, diz ele.
Em alta A entressafra de
soja pode elevar os preços em
15% neste trimestre, segundo
estimativas da consultoria
Tendências. Mesmo com essa alta, os preços ainda ficam
14% abaixo dos de igual período de 2009.
Em queda Os produtores de feijão reclamam que as
vendas, em pleno inverno e
período de maior consumo,
estão em baixa. Assim como
os suinocultores, atribuem a
queda ao período de Copa do
Mundo.
Mais churrasco Para
um produtor, as comemorações da Copa estão sendo feitas mais com "churrasco do
que com feijoada". A baixa
demanda fez o produto recuar 12% nos últimos 30 dias,
conforme pesquisa da Folha.
Sinal trocado Enquanto o álcool hidratado teve
queda de 0,57% nesta semana nas usinas paulistas, o
anidro subiu 0,85%. Os dados são do Cepea.
Com KARLA DOMINGUES
AÇÚCAR
+2,58%
Ontem, em Nova York
CHUMBO
+2,57%
Ontem, em Londres
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