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Acordo com os EUA sobre algodão fica mais distante
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Brasil e EUA estão se afastando de um consenso nas
negociações envolvendo os
subsídios americanos ao algodão, alvo de possíveis sanções brasileiras autorizadas
pela OMC após sete anos de
disputa.
O prazo para obter um
acordo que evite a retaliação
expira em 17 dias.
Apesar do "voto de silêncio" dos dois lados sobre a
reunião ocorrida anteontem
em São Paulo, a Folha apurou que nenhuma proposta
evoluiu desde o último encontro, nos dias 10 e 11 de
maio, em Washington.
Na época, o embaixador
brasileiro na OMC, Roberto
Azevedo, dissera que a "possibilidade de não haver acordo não era desprezível" e que
pontos cruciais encontravam
forte resistência americana.
Anteontem à noite, Azevedo se limitou a dizer que os
países "seguem trabalhando
para obter avanços". A próxima reunião será na semana
que vem, em Washington.
O Brasil recebeu da OMC
em novembro autorização
para retaliar os EUA em até
US$ 830 milhões (R$ 1,5 bilhão) por conta dos subsídios
que o governo americano paga a produtores de algodão.
Ante medidas paliativas
dos EUA, como a suspensão
provisória de parte dos repasses e a criação de um fundo compensatório de US$ 147
milhões aos brasileiros, o
Brasil adiou o início das sanções, que deveria ser em
abril, em duas semanas e depois em dois meses.
Desde então a conversa estancou. Brasília quer de Washington o compromisso de
que alterará seu Orçamento
agrícola, a "Farm Bill", para
rever a estrutura de subsídios
-de acordo com o "Washington Post", foram US$ 50
bilhões em 20 anos.
A lei vai a votação no Congresso em 2012, mas o Legislativo americano é fortemente influenciado pelo lobby agrícola.
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