São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2010

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Acordo com os EUA sobre algodão fica mais distante

LUCIANA COELHO
DE GENEBRA

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Brasil e EUA estão se afastando de um consenso nas negociações envolvendo os subsídios americanos ao algodão, alvo de possíveis sanções brasileiras autorizadas pela OMC após sete anos de disputa.
O prazo para obter um acordo que evite a retaliação expira em 17 dias.
Apesar do "voto de silêncio" dos dois lados sobre a reunião ocorrida anteontem em São Paulo, a Folha apurou que nenhuma proposta evoluiu desde o último encontro, nos dias 10 e 11 de maio, em Washington.
Na época, o embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo, dissera que a "possibilidade de não haver acordo não era desprezível" e que pontos cruciais encontravam forte resistência americana.
Anteontem à noite, Azevedo se limitou a dizer que os países "seguem trabalhando para obter avanços". A próxima reunião será na semana que vem, em Washington.
O Brasil recebeu da OMC em novembro autorização para retaliar os EUA em até US$ 830 milhões (R$ 1,5 bilhão) por conta dos subsídios que o governo americano paga a produtores de algodão.
Ante medidas paliativas dos EUA, como a suspensão provisória de parte dos repasses e a criação de um fundo compensatório de US$ 147 milhões aos brasileiros, o Brasil adiou o início das sanções, que deveria ser em abril, em duas semanas e depois em dois meses.
Desde então a conversa estancou. Brasília quer de Washington o compromisso de que alterará seu Orçamento agrícola, a "Farm Bill", para rever a estrutura de subsídios -de acordo com o "Washington Post", foram US$ 50 bilhões em 20 anos.
A lei vai a votação no Congresso em 2012, mas o Legislativo americano é fortemente influenciado pelo lobby agrícola.


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