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commodities
Demanda por biodiesel leva MT a exportar menos óleo de soja
Cotação internacional subiu 14%, mas Estado vendeu volume 75% menor em quatro meses
Produção local de biodiesel saltou de
15 mil metros cúbicos em 2007 para 332 mil metros cúbicos em 2009
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
Apesar de um aumento de
14% na cotação internacional do óleo de soja, Mato
Grosso registrou queda de
75% no volume de exportações do produto no primeiro
quadrimestre de 2010.
Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que
o Estado exportou 31 mil toneladas do produto nos primeiros quatro meses do ano.
Em 2009, no mesmo período,
123 mil toneladas haviam sido vendidas ao exterior.
Segundo a Fiemt (Federação das Indústrias de MT), o
principal motivo da queda
nas exportações é o aumento
da demanda interna para a
produção de biodiesel.
"Esse é um sinal da mudança da matriz econômica
de Mato Grosso, ou seja, estamos agregando mais valor à
soja produzida aqui", afirma
o presidente da Fiemt, Jandir
José Milan.
De 2007 a 2009, a produção local de biodiesel saltou
de 15 mil metros cúbicos para
332 mil metros cúbicos, diz o
Sindibio, sindicato que representa o setor no Estado.
A entidade prevê que a
produção vai superar os 500
mil metros cúbicos em 2010.
No último leilão da ANP
(Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), 25% dos 600 mil
metros cúbicos arrematados
foram ofertados por empresas de Mato Grosso -a maior
fatia entre os 13 Estados que
participaram.
O volume comercializado,
segundo a ANP, tem o propósito de atender a resolução
do CNPE (Conselho Nacional
de Política Energética) que
determinou a adição de um
percentual mínimo de 5% de
biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final.
Segundo o presidente do
Sindibio, Sílvio Rangel, o Estado tem 27 usinas de biodiesel inscritas na Secretaria da
Fazenda, das quais 21 com registro na ANP. Destas, 16 estão em operação, utilizando
como matéria-prima os óleos
de soja (90%), caroço de algodão e gordura animal.
"O interessante do aproveitamento da soja é que são
duas cadeias de produção
gerando emprego e renda: a
produção de combustíveis e
o aproveitamento do farelo
como ração animal para frango e suínos", afirma Rangel.
O farelo é um dos subprodutos do esmagamento da
soja. Em 2010, o volume de
exportações do produto é
22% maior do que no mesmo
período do ano passado.
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