São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2010

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commodities

Demanda por biodiesel leva MT a exportar menos óleo de soja

Cotação internacional subiu 14%, mas Estado vendeu volume 75% menor em quatro meses

Produção local de biodiesel saltou de 15 mil metros cúbicos em 2007 para 332 mil metros cúbicos em 2009

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

Apesar de um aumento de 14% na cotação internacional do óleo de soja, Mato Grosso registrou queda de 75% no volume de exportações do produto no primeiro quadrimestre de 2010.
Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Estado exportou 31 mil toneladas do produto nos primeiros quatro meses do ano. Em 2009, no mesmo período, 123 mil toneladas haviam sido vendidas ao exterior.
Segundo a Fiemt (Federação das Indústrias de MT), o principal motivo da queda nas exportações é o aumento da demanda interna para a produção de biodiesel.
"Esse é um sinal da mudança da matriz econômica de Mato Grosso, ou seja, estamos agregando mais valor à soja produzida aqui", afirma o presidente da Fiemt, Jandir José Milan.
De 2007 a 2009, a produção local de biodiesel saltou de 15 mil metros cúbicos para 332 mil metros cúbicos, diz o Sindibio, sindicato que representa o setor no Estado.
A entidade prevê que a produção vai superar os 500 mil metros cúbicos em 2010.
No último leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), 25% dos 600 mil metros cúbicos arrematados foram ofertados por empresas de Mato Grosso -a maior fatia entre os 13 Estados que participaram.
O volume comercializado, segundo a ANP, tem o propósito de atender a resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) que determinou a adição de um percentual mínimo de 5% de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final.
Segundo o presidente do Sindibio, Sílvio Rangel, o Estado tem 27 usinas de biodiesel inscritas na Secretaria da Fazenda, das quais 21 com registro na ANP. Destas, 16 estão em operação, utilizando como matéria-prima os óleos de soja (90%), caroço de algodão e gordura animal.
"O interessante do aproveitamento da soja é que são duas cadeias de produção gerando emprego e renda: a produção de combustíveis e o aproveitamento do farelo como ração animal para frango e suínos", afirma Rangel.
O farelo é um dos subprodutos do esmagamento da soja. Em 2010, o volume de exportações do produto é 22% maior do que no mesmo período do ano passado.


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