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Nordeste mantém crescimento acelerado
Região mais assistida pelo Estado é a única que não sofreu desaceleração no 2º trimestre, revela boletim do BC
Sudeste teve a menor taxa de crescimento de março a maio, mas foi
a única região a elevar
o seu saldo comercial
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
A desaceleração da economia a partir do segundo trimestre atingiu todas as regiões do país, com exceção
do Nordeste, onde está o
maior número de pessoas
que recebem benefícios sociais, como o Bolsa Família.
Segundo o Boletim Regional divulgado ontem pelo
Banco Central, a economia
da região teve uma expansão
de 3,3% no trimestre encerrado em maio em relação aos
três meses anteriores.
O percentual é superior
aos 3,2% verificados no trimestre encerrado em fevereiro. Os números estão acima
também da média nacional,
cuja taxa de expansão recuou de 2,5% para 2,2% nesses dois trimestres.
Esse desempenho se refletiu também nos preços. A inflação, único indicador com
dados atualizados até junho,
caiu em todas as regiões, mas
recuou menos no Nordeste,
que registrou a maior taxa do
país (1,38%).
O Sudeste apresentou a taxa de crescimento mais baixa
do país (1,3%) entre março e
maio, menos da metade dos
3% verificados até fevereiro.
A maior desaceleração foi
na região Norte (de 4,2% para 1,6%), afetada pela freada
da indústria local.
A desaceleração da economia e a queda na inflação registradas a partir de abril e
maio são os fatores que levaram o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) a reduzir o ritmo de aumento da
taxa básica de juros na reunião do mês passado, quando a Selic passou de 10,25%
para 10,75% ao ano.
Segundo o BC, o consumo
doméstico segue exercendo
papel determinante no crescimento do país, o que explica os resultados. Além de ficar com a maior parcela de
benefícios sociais, o Nordeste foi beneficiado por ter uma
indústria voltada para o consumo (alimentos e bebidas).
Com a manutenção da renda e do emprego, a região
também exibiu os maiores
indicadores de vendas do varejo e de crédito a pessoas físicas e empresas no período.
O estoque de empréstimos
para empresas cresceu 43%
em 12 meses, mais que o dobro do registrado nas outras
regiões. Para os consumidores, também avançou acima
da média nacional, puxado
pelos empréstimos consignados, financiamentos de veículos e crédito habitacional.
Na área externa, o Sudeste
foi a única região que teve
melhora no saldo comercial,
devido às exportações de petróleo e ferro. Norte e Nordeste tiveram piora, com aumento de 62% e 76%, respectivamente, das importações.
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