Petroleira estatal da Venezuela é a maior financiadora do governo chavista; país deverá fechar ano com retração

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

A estatal petroleira da Venezuela PDVSA anunciou ontem queda de 53% nos lucros em 2009 em relação a 2008. No resultado pesaram os baixos preços do barril de petróleo no ano passado e a redução de produção local.
A companhia, maior financiadora do governo Hugo Chávez, em 2009 lucrou US$ 4,3 bilhões e faturou US$ 74,9 bilhões, uma queda de 41% em relação a 2008.
Em 2009, o preço médio da cesta de petróleo foi US$ 57, ante US$ 86,5 do ano anterior. Em 2008, tinha chegado ao patamar recorde.
Os números da PDVSA são divulgados num momento em que se prognostica que a Venezuela fechará o segundo ano com retração -de 3%, segundo a Cepal (Comissão Econômica da América Latina e do Caribe), que só prevê o mesmo para o Haiti.
Apesar do discurso de diversificação produtiva do governo Hugo Chávez, desde 1998 caiu a exportação de produtos não tradicionais, de modo que 90% das divisas do país vêm do produto.
O ministro de Energia e presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, prognosticou uma média de US$ 72,14 para o preço da cesta venezuelana neste ano.
Além da queda do preço, Ramírez afirmou que influenciou no mau desempenho o pacto da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) de reduzir a produção em 300 mil barris/dia para melhorar preços.
A PDVSA diz que a produção caiu de 3,36 milhões de barris/dia para 3,01 milhões. Afirma ainda que o gasto total também caiu 40,5%.
Os números de produção e de gastos, porém, são considerados controversos por analistas.
A Opep registra 2,8 milhões de barris/dia para a Venezuela, e especialistas argumentam que a empresa tem deficit de pessoal qualificado -ainda que tenha ganhado quase 10 mil novos funcionários em 2009- e problemas de manutenção.


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