São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Geada faz produtor de milho perder 58% da renda

Primeiro foi a estiagem; depois, a geada. Esses fatores foram suficientes para retirar 58% da renda que os produtores paranaenses teriam com o milho safrinha.
A renda líquida dos produtores do Estado, tomando como base Cascavel, será de R$ 591 por hectare. Se a produtividade deste ano, que caiu para 60 sacas por hectare, tivesse permanecido nas 92 sacas da safrinha de 2010, a renda seria de R$ 1.400 por hectare, segundo cálculos da Agência Rural, de Curitiba.
A situação do produtor só não é mais grave porque os preços do milho estão em patamares recordes, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural.
"O potencial produtivo das lavouras, que já havia sido prejudicado por um período de estiagem em maio, caiu ainda mais após as geadas que atingiram o Paraná no final de junho", diz Siqueira.
Os preços de referência estão a R$ 26 por saca de 60 quilos em Cascavel, 63% acima do valor médio de negociação na safrinha de 2010. A média dos preços de janeiro a junho no mercado disponível foi de R$ 26,42 por saca.
Os bons preços atuais do milho devem incentivar os produtores, que aumentarão a área de plantio no Paraná, tanto neste verão como na safrinha de 2012, prevê a analista da AgRural.
Para a safra de verão, a agência estima uma elevação de 15% na área, que poderá chegar a 870 mil hectares.
Será o primeiro incremento de safra de verão desde o plantio de 2007/08.

Crédito O estoque de LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) atingiu R$ 14,4 bilhões em junho na Cetip, 36% mais do que em junho de 2010.

Certificados Já o estoque de CDCA (Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio) subiu para R$ 1,73 bilhão, 18% mais.

Qualidade O programa de certificação de carne da Associação Brasileira de Angus registrou 80 mil abates de bovinos, 27% mais do que em 2010. A bonificação para o pecuarista é de, no mínimo, 5% sobre o preço base do boi gordo, segundo a associação.

Trigo As exportações de trigo cessaram em julho, e o volume acumulado do ano somou 2,34 milhões de toneladas, abaixo dos 3,4 milhões importados de janeiro a julho.

Em queda O mercado agrícola seguiu o financeiro e caiu tanto em Nova York como em Chicago.

Exportações de álcool sobem 66%

As exportações de álcool somaram 795 milhões de litros de janeiro a julho, 66% mais do que em igual período do ano passado.
Essas vendas já estavam programadas e ocorreram porque as usinas não imaginavam que os preços internos estariam tão aquecidos neste período de safra.
Só em junho e julho foram embarcados 396 milhões de litros para fora do país.
As importações, devido à redução da oferta interna, somaram 478 milhões de litros até julho. Em 2010, haviam sido apenas 39 milhões de litros até o mesmo período.
A menor oferta de álcool fez o Brasil acelerar as importações de gasolina em abril e maio, quando entraram e 412 milhões de litros no país.
Apesar desse volume, as importações acumuladas deste ano ainda ficam 20% inferiores às de 2010.

Com KARLA DOMINGUES


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