São Paulo, sábado, 05 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Redução no ICMS afeta indústria, afirma CNI

Para entidade, incentivo de Estados agrava invasão de importados

SC diz que governo suspendeu novos benefícios; PR nega prejuízo à indústria; PE cita distorções regionais

MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA

Em tempos de câmbio desfavorável, com redução da competitividade dos produtos nacionais e mercadorias de fora mais baratas, legislações que concedem benefícios no ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre as importações foram parar na Justiça.
A indústria buscou o STF (Supremo Tribunal Federal) para atacar leis de quatro Estados, sob a acusação de "guerra fiscal", termo usado para definir incentivos tributários unilaterais aplicados por Estados para favorecer o desenvolvimento regional.
De acordo com as ações, leis de Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e Goiás, sem a anuência do Confaz, são inconstitucionais e vêm provocando perdas à indústria nacional ou de fora desses Estados. O Confaz reúne os secretários de Fazenda de todos os Estados e delibera sobre políticas de tributação.
"Há uma invasão de produtos importados. Essa situação fica ainda mais grave com essas leis", afirma o gerente-executivo jurídico da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Cássio Borges. As ações são encabeçadas pela confederação.
Leis de Santa Catarina e Paraná beneficiam com uma alíquota reduzida de ICMS as importações de máquinas e equipamentos ou de matérias-primas para a produção industrial. A legislação catarinense ainda estende o benefício a insumos agrícolas e importações para revenda.
Já a lei pernambucana favorece o importador com uma alíquota mais vantajosa, que visa estimular a atividade portuária. Em Goiás, o benefício é assegurado no resgate de créditos tributários, que reduzem o total de ICMS a pagar nas saídas interestaduais dos importados.

MOMENTO ADEQUADO
As leis não são novas. A goiana, por exemplo, é de 2002. "O momento para questionar na Justiça é adequado, já que o real valorizado tornou as importações mais atrativas", diz Borges.
"Os incentivos fiscais têm de ser vistos de forma mais ampla, pois são importantes para corrigir distorções regionais", diz o procurador-geral de Pernambuco, Thiago Norões.
O procurador-geral de Santa Catarina, Nelson Serpa, afirma que o governo suspendeu por 120 dias a inscrição de novas empresas nos benefícios.
A Procuradoria-Geral do Paraná, em esclarecimento ao STF, diz que os benefícios não buscam prejudicar a indústria nacional.
A Procuradoria-Geral de Goiás não comentou o caso.
A CNI afirma que ainda estuda processos similares contra o Ceará.


Texto Anterior: Lançamentos
Próximo Texto: Pauta de importação passará por "pente-fino"
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.