São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

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Grupo Campari compra cachaça Sagatiba

Empresa italiana pode pagar até US$ 36 mi pela marca premium, criada em 2004

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

A italiana Campari, de bebidas, adquiriu a Sagatiba, marca premium de cachaça fundada pelo empresário Marcos de Moraes em 2004. O negócio acontece três dias depois de a japonesa Kirin adquirir a Schincariol.
A Campari pagou US$ 26 milhões, mas o valor pode chegar a US$ 36 milhões considerando obrigações a serem pagas ao longo dos próximos oito anos (calculadas pelo valor de 7,5% das vendas anuais registradas).
"Ter uma cachaça como a Sagatiba, que atua no segmento premium, é estratégico para nós", afirmou Paolo Perego, diretor-geral do grupo Campari para a América do Sul.
Apesar de já ter um acordo de distribuição com a Sagatiba desde março do ano passado, a empresa italiana não era dona de nenhuma cachaça, segmento que responde por 55% do consumo de destilados no país.
Suas principais concorrentes, a britânica Diageo e a francesa Pernod Ricard, saíram na frente.
A primeira comprou a Nega Fulô há 12 anos. A segunda investiu em uma marca própria, a Janeiro.
Perego diz que o objetivo é manter o nível de investimentos em marketing. "As vendas da Sagatiba crescem 20% ao ano e queremos continuar construindo a marca no Brasil e no exterior."
Enquanto o consumo de cachaça vem caindo (nos últimos três anos o mercado encolheu de 2% a 3% ao ano), o segmento premium ganha espaço no mercado brasileiro.
Cresce 7% ao ano, embora com um volume muito pequeno, de 3% a 6% do total, segundo o Ibrac (Instituto Brasileiro da Cachaça).
"O consumo aumenta nas classes A e B, com as cachaças especiais", diz o presidente do Ibrac, César Rosa.
"Mas, com o aumento da renda, as classes C, D e E estão trocando a cachaça pelo uísque ou a vodca."
Para Rosa, aquisições como essa ajudam a projetar a cachaça no exterior, mas, com o real forte e sem investimentos em marketing, ainda vai demorar para a bebida se tornar relevante para a balança comercial.


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