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Bolsa inicia negociação de Apple e Google
Investidor pessoa física só poderá comprar papéis de empresa estrangeira por meio de fundos de investimento
Papéis serão negociados no mercado brasileiro de forma indireta, sem a aprovação da empresa estrangeira listada
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
A BM&FBovespa inicia hoje a negociação de papéis de
algumas das empresas mais
populares do mundo.
No pregão brasileiro, estreiam papéis da cosmética
Avon, dos restaurantes
McDonald's, da farmacêutica Pfizer, do supermercado
Walmart, dos bancos Goldman Sachs e Bank of America, além da petroleira ExxonMobil e das gigantes tecnológicas Apple e Google.
Também começam a ser
negociados os papéis da siderúrgica indiana Mittal, que
comprou e fechou o capital
da rival Arcelor.
A iniciativa é um dos principais trunfos da BM&FBovespa para se internacionalizar e popularizar o investimento em ações.
SEM PESSOA FÍSICA
Para frustração do pequeno investidor, porém, os papéis não serão negociados diretamente no "home broker"
(internet). Só fundos de investimento e grandes investidores poderão negociá-los.
Os principais bancos brasileiros e alguns estrangeiros
estão estruturando fundos
voltados para esses papéis.
A restrição se deve porque
os papéis estrangeiros são
negociados no Brasil de forma indireta, por meio de
BDRs (Brazilian Depositary
Receipts), uma espécie de
"recibo" conversível nas
ações negociadas nas Bolsas
de Valores estrangeiras.
É a forma análoga dos
ADRs (American Depositary
Receipts) de empresas brasileiras como Vale e Petrobras
negociados em Nova York.
No caso brasileiro, esses
recibos são chamados "não
patrocinados" porque essas
empresas não lideraram o
trâmite burocrático para ter
suas ações listadas no Brasil.
Essas empresas não publicam balanços em português
nem se submetem às regras
brasileiras do mercado.
Os bancos Deutsche Bank
e Citibank se encarregam de
comprar as ações, em dólar
ou euro, nos países de origem. Depois, emitem o recibo em reais no Brasil.
Para garantir que os negócios com BDRs aconteçam, o
segmento terá como "formador de mercado" a corretora
Indusval Multistock. A corretora foi contratada para dar
preço, comprar e vender esses papéis, assegurando uma
liquidez mínima para os investidores brasileiros.
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