São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2010

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commodities

Vale vai investir mais US$ 300 mi no Peru

Aporte será para ampliar a produção de fosfato em mina inaugurada ontem, com investimento de US$ 566 mi

Presidente da empresa citou outras áreas de interesse no país vizinho, entre elas a produção de fertilizante

Divulgação
Dependências da mina de fosfato Bayóvar, na província de Sechura, no Peru, inaugurada ontem pela Vale e cuja produção já é alvo de planos de expansão

JANAINA LAGE
ENVIADA ESPECIAL A SECHURA (PERU)

A Vale anunciou planos para expandir em mais de 50% a produção da mina de fosfato Bayóvar, na província de Sechura, no Peru. O presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou que dentro de 18 meses a capacidade instalada passará de 3,9 milhões de toneladas para 5,9 milhões.
A mina já recebeu investimentos de US$ 566 milhões (R$ 992 milhões) e foi inaugurada ontem com a presença do presidente do Peru, Alan García.
A expansão exigirá um aporte adicional de US$ 300 milhões (R$ 552,8 milhões).
A Vale tem 51% do capital votante -a japonesa Mitsui e a americana Mosaic são sócias minoritárias.
A produção da mina será destinada a Peru, Brasil e Ásia, entre outros.
O projeto enfrentou resistência por parte da população local. A mina tem cerca de 500 empregados e há perspectiva de contratações.
García defendeu a exploração da mina e disse que ela representa uma oportunidade de o país se tornar exportador de fertilizantes.
Agnelli afirmou que a mina de Bayóvar marca o início da presença da empresa no país. Citou como possibilidades de interesse as áreas de mineração, energia e logística. Disse que, caso conte com o apoio do presidente para obter gás, poderá produzir fertilizantes no país.
Para a Vale, investir em fertilizantes representa diversificação de produtos. Neste ano, ela comprou 58,6% dos ativos da Fosfertil por US$ 3 bilhões e ativos brasileiros da Bunge nesse segmento por US$ 1,7 bilhão.
De acordo com Marcelo Balloti, analista da área da consultoria Lafis, a entrada da Vale no setor deve contribuir para reduzir as importações no futuro.
Em média, de 2006 a 2009 o Brasil importou 62% do volume de fertilizantes que chegou ao consumidor final. Em alguns produtos específicos, a importação chega a 90%.
Segundo a International Fertilizer Industry Association, a demanda global por fertilizantes deve aumentar 4,8% no período 2010-2011.

PARANAPANEMA
Questionado sobre críticas dos acionistas minoritários quanto ao valor da oferta para a compra da Paranapanema, Agnelli disse que já indicou quanto pretende pagar.
"Se o minoritário não gostou da oferta, ele que não venda. Não precisa ir a jornal para dizer se gosta ou se não gosta", disse.


A jornalista JANAINA LAGE viajou a convite da Vale


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