São Paulo, segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

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FINANÇAS PESSOAIS

MARCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br

Calcule o custo mensal do carro no orçamento familiar

Para os homens, objeto de desejo, símbolo de poder, de potência, de conquista. Para as mulheres, meio de transporte, que seja seguro, bonito e confortável.
Qualquer que seja o seu caso, ter e manter um carro gera muita despesa e representa uma fatia importante do seu orçamento, provavelmente muito maior do que você imagina.
José acaba de ganhar um carro novo, no valor de R$ 30 mil, em um sorteio! Maria, mulher de José, não conseguiu convencer o marido a vender o carro e colocar o dinheiro na poupança.
Faz muito tempo que José sonha em ter um carro! Como assim, vender? Ganhei e vou ficar com ele!, pensou.
Assim, vamos ajudar José a estimar os gastos mensais com o carro novo e a calcular quanto o carro representa, em termos percentuais, do seu orçamento mensal.

DESPESAS ANUAIS
Vamos começar pelas despesas anuais estimadas, aquelas que José paga somente uma vez por ano.
Como José reside na cidade de São Paulo, uma das primeiras contas que pagará em 2011 é o IPVA. O imposto é de 4% sobre o valor do veículo, portanto, R$ 1.200.
Previdente que é, José decide que precisa de um seguro para proteger seu mais novo patrimônio.
Depois de pesquisar muito, José fechou negócio pagando prêmio (o valor do seguro) de 8% sobre o valor do carro, ou seja, R$ 2.400.
Vamos adicionar R$ 60 de taxa de licenciamento, mais R$ 100 de seguro obrigatório e mais R$ 60 da taxa de inspeção veicular.
Como o carro de José é novo, não há previsão de despesa de manutenção -ao menos no curto prazo. Alguma provisão para multas? Não no caso de José, que é um motorista exemplar.
O total das despesas anuais estimadas é de R$ 3.810. José quer reservar uma quantia todos os meses e acumular o dinheiro antecipadamente e evitar surpresas desagradáveis.
José dividiu o valor por 12 e descobre que deve poupar R$ 317,50 por mês para as despesas anuais do carro.

DESPESAS MENSAIS
O primeiro item dessa conta é o valor de R$ 317,50, necessário para a reserva das despesas de IPVA (imposto estadual), seguro etc. Combustível é uma despesa variável que José estima em R$ 250, na média.
No item estacionamento, José vai considerar dois custos: o estacionamento no trabalho e a vaga de garagem que ele aluga do vizinho, totalizando R$ 150.
Essa despesa poderia ser maior se José tivesse o hábito de frequentar shoppings que cobram pelo estacionamento. Mas ele e Maria preferem fazer suas compras nas ruas do bairro em que moram.
Vamos adicionar R$ 50 para os pedágios da estrada que leva ao interior, onde mora a mãe de José, que ele visita regularmente.
O carro que José ganhou vai levar R$ 767,50 do seu orçamento mensal, ou cerca de 20% do salário (R$ 4.000).
Não podemos esquecer que José, antes de ganhar o carro, gastava com transporte público.
Essa despesa antiga será reduzida do orçamento de José, que utilizará ônibus e metrô uma vez por semana, somente nos dias de rodízio.

REFLEXÕES DE MARIA
E se José tivesse vendido o carro e colocado os R$ 30 mil na caderneta de poupança?
O orçamento da família não apenas ficaria livre da despesa do carro como ainda receberia juros de R$ 180, suficientes para pagar o transporte público de José.
Além disso, a despesa mensal de R$ 767,50 canalizada para o carro poderia pagar a escola de Pedro, filho do casal, uma viagem de férias, e, quem sabe, parte da prestação da casa própria.
Mas esse é o sonho de Maria -e não o de José.

MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.


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