São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2011 |
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VAIVÉM MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br Álcool e La Niña manterão alto preço do milho Após um final de ano marcado por forte alta nos preços do milho, 2011 começa com a perspectiva de que as cotações permaneçam elevadas. O cereal se manteve ao redor de US$ 6 o bushel (25,4 quilos) nesta semana, com alta de 43% em 12 meses. Baixos estoques, o fenômeno climático La Niña, o aumento previsto para a produção de aves e suínos e a manutenção dos subsídios ao álcool de milho nos EUA dão condições para que os preços continuem altos. No maior produtor mundial, o estoque final se mantém em patamar muito baixo já há algumas safras. Segundo a Céleres, o nível é um dos menores desde 1995. A armazenagem tem relação direta com o consumo nos EUA, estimulado pela produção de etanol. Em dezembro, o governo americano manteve o subsídio de US$ 0,45 por galão para o álcool misturado à gasolina, o que deve estimular a produção de etanol, que nos EUA é feito com milho. Com maior demanda dos produtores de álcool, a oferta do cereal para outras cadeias produtivas, também aquecidas, pode diminuir. Entre elas, destaca-se a produção de carnes, como reflexo do maior consumo em países emergentes. Na esteira, o setor de rações demandará mais milho. Somente na China, a demanda por ração deverá subir em 4,5 milhões de toneladas. No Brasil, estima-se um avanço de 4% sobre a produção de 2010, de quase 61 milhões de toneladas. No curto prazo, a produtividade da safra latino-americana continuará como maior influência para os preços. Há temores de que o efeito La Niña, que segundo especialistas pode ser o pior dos últimos 50 anos, atrapalhe o desenvolvimento da safra de verão, especialmente na Argentina, embora algumas precipitações tenham sido registradas nos últimos dias. OLHO NO PREÇO COTAÇÕES Mercado Interno ARROZ (R$ por saca) 24,01 Nova York CAFÉ (cent.de US$)* 230,70 *por libra-peso MILHO -1,16% Ontem, em Chicago PRATA -1,54% Ontem, em Nova York Avanço Apesar de a Rússia ter cortado pela metade a cota de importação de carne de frango válida para 2011, de 700 mil para 350 mil toneladas, a Ubabef (associação do setor) afirma que o Brasil obteve avanços. Condições iguais Para Francisco Turra, da Ubabef, o fim da restrição geográfica na divisão das cotas favorece o país. Em 2010, os EUA tinham direito a 600 mil toneladas e o Brasil, a 100 mil. Agora, todos disputam as 350 mil toneladas. Potencial A participação do Brasil nas importações russas vai depender de quais cortes serão incluídos no sistema de cotas. No frango inteiro e desossado, o Brasil é o mais competitivo. Em alta Especulações sobre aumento da demanda mundial por açúcar elevaram as cotações em 4,3% ontem, em Nova York, para US$ 0,31 por libra-peso. La Niña A Bolsa de Cereais argentina estima a safra 2010/11 de milho em 20,35 milhões de toneladas, abaixo dos 25 milhões de toneladas previstos pelo Usda. A previsão argentina, divulgada nesta semana, já considera alguns efeitos da seca em regiões produtoras. Evolução O plantio de soja no vizinho evolui, mas ainda está atrasado em relação à safra passada. Dos 18,5 milhões de hectares destinados à cultura, 88% foram plantados, ante 96% há um ano. Atrasos no plantio podem prejudicar o rendimento esperado para a colheita. TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES Texto Anterior: Análise/Agronegócio: Alta no setor de alimentos vai continuar em 2011 Próximo Texto: Bernanke e desemprego afetam Bolsas Índice | Comunicar Erros |
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