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Alemanha corta gastos em € 80 bilhões
Valor representa maior redução de despesas desde a Segunda Guerra; corte só não afetará educação e pesquisa
Projeto que reduz despesas ainda precisa ser aprovado por um conselho de ministros e pelo Parlamento do país
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A chanceler alemã, Angela
Merkel, anunciou ontem um
plano de cortes de gastos de € 80 bilhões (cerca de R$ 176
bilhões) até 2014.
É a maior redução de despesas feita pelo país desde a
Segunda Guerra Mundial. O
projeto ainda precisa ser
aprovado por um conselho
de ministros e pelo Parlamento alemão.
O Orçamento para 2011,
elaborado durante dois dias
de negociações, prevê economizar € 11,2 bilhões.
A Alemanha é mais um
país da União Europeia a tentar acalmar os mercados com
planos de corte de gastos.
Grécia, Espanha, Portugal
e Itália foram alguns dos que
já anunciaram despesas menores nos próximos anos para reduzir seus deficit fiscais
e a relação entre dívida e PIB
(Produto Interno Bruto).
Apesar disso, os mercados
tiveram ontem um dia ruim,
com queda das Bolsas e do
euro.
O corte da Alemanha afetará praticamente todos os
setores, salvo educação e
pesquisa e, possivelmente,
as aposentadorias.
O governo propõe reduzir
os custos de defesa, cortando
40 mil vagas, e os gastos sociais, que representam mais
da metade do gasto público.
Para isso, modificará a política de subsídios para desempregados e pessoas com
direito a ajuda para moradia
e reduzirá ajudas por filhos.
O governo quer também
eliminar, até 2014, de 10 mil a
15 mil empregos públicos.
Além desses cortes no gasto público, o governo também pretende aumentar sua
receita com novos tributos.
Haverá taxa sobre passagens de avião que tiverem o
país como ponto de partida.
Com o plano, o governo
alemão pretende cumprir em
2013 as metas do Pacto de Estabilidade e Crescimento europeu para deficit fiscal (3%
do Produto Interno Bruto) e
dívida (60% do PIB).
CRISE NA EUROPA
Outros líderes europeus
também tentaram acalmar os
mercados ontem.
O primeiro-ministro do
Reino Unido, David Cameron, advertiu que o deficit
público do país está em situação "pior" do que se pensava
antes e, por isso, o problema
afetará o "estilo de vida" de
toda a população.
Cameron reiterou a difícil
situação das finanças públicas britânicas, já que o deficit
chega a 156 bilhões de libras.
A dívida supera 70% do PIB.
Na Hungria, que causou
temores no mercado na semana passada depois de políticos locais sugerirem que o
país poderia ser a próxima
Grécia, o ministro da Economia disse que o governo
manteria a meta de deficit fiscal de 3,8% do PIB neste ano.
O governo deve anunciar
hoje um plano que incluirá a
simplificação do sistema tributário, redução de impostos
e combate à evasão fiscal.
FUNDO
Os ministros de Finanças
da zona do euro se reuniram
ontem para acertar detalhes
do fundo que será usado pelo
bloco para evitar problemas
semelhantes aos enfrentados
pela Grécia, que passou por
dificuldades para realizar pagamentos de sua dívida.
Eles devem aprovar a criação de um fundo de € 440 bilhões. O total do pacote para
a UE ultrapassa US$ 750 bilhões, se considerados também os US$ 250 bilhões que o
FMI deve contribuir.
FOLHA.com
Especulação na Europa
mostra disputa dos
bancos por poupança, diz
economista italiano
folha.com.br/me746937
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