São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2010

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Alemanha corta gastos em € 80 bilhões

Valor representa maior redução de despesas desde a Segunda Guerra; corte só não afetará educação e pesquisa

Projeto que reduz despesas ainda precisa ser aprovado por um conselho de ministros e pelo Parlamento do país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou ontem um plano de cortes de gastos de € 80 bilhões (cerca de R$ 176 bilhões) até 2014.
É a maior redução de despesas feita pelo país desde a Segunda Guerra Mundial. O projeto ainda precisa ser aprovado por um conselho de ministros e pelo Parlamento alemão.
O Orçamento para 2011, elaborado durante dois dias de negociações, prevê economizar € 11,2 bilhões.
A Alemanha é mais um país da União Europeia a tentar acalmar os mercados com planos de corte de gastos.
Grécia, Espanha, Portugal e Itália foram alguns dos que já anunciaram despesas menores nos próximos anos para reduzir seus deficit fiscais e a relação entre dívida e PIB (Produto Interno Bruto).
Apesar disso, os mercados tiveram ontem um dia ruim, com queda das Bolsas e do euro.
O corte da Alemanha afetará praticamente todos os setores, salvo educação e pesquisa e, possivelmente, as aposentadorias.
O governo propõe reduzir os custos de defesa, cortando 40 mil vagas, e os gastos sociais, que representam mais da metade do gasto público.
Para isso, modificará a política de subsídios para desempregados e pessoas com direito a ajuda para moradia e reduzirá ajudas por filhos.
O governo quer também eliminar, até 2014, de 10 mil a 15 mil empregos públicos.
Além desses cortes no gasto público, o governo também pretende aumentar sua receita com novos tributos.
Haverá taxa sobre passagens de avião que tiverem o país como ponto de partida.
Com o plano, o governo alemão pretende cumprir em 2013 as metas do Pacto de Estabilidade e Crescimento europeu para deficit fiscal (3% do Produto Interno Bruto) e dívida (60% do PIB).

CRISE NA EUROPA
Outros líderes europeus também tentaram acalmar os mercados ontem.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, advertiu que o deficit público do país está em situação "pior" do que se pensava antes e, por isso, o problema afetará o "estilo de vida" de toda a população.
Cameron reiterou a difícil situação das finanças públicas britânicas, já que o deficit chega a 156 bilhões de libras. A dívida supera 70% do PIB.
Na Hungria, que causou temores no mercado na semana passada depois de políticos locais sugerirem que o país poderia ser a próxima Grécia, o ministro da Economia disse que o governo manteria a meta de deficit fiscal de 3,8% do PIB neste ano.
O governo deve anunciar hoje um plano que incluirá a simplificação do sistema tributário, redução de impostos e combate à evasão fiscal.

FUNDO
Os ministros de Finanças da zona do euro se reuniram ontem para acertar detalhes do fundo que será usado pelo bloco para evitar problemas semelhantes aos enfrentados pela Grécia, que passou por dificuldades para realizar pagamentos de sua dívida.
Eles devem aprovar a criação de um fundo de € 440 bilhões. O total do pacote para a UE ultrapassa US$ 750 bilhões, se considerados também os US$ 250 bilhões que o FMI deve contribuir.

FOLHA.com
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folha.com.br/me746937



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