São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2010

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Acordo de Obama com oposição é atacado

Democratas criticam prolongamento da dedução de imposto para mais ricos

Republicanos aceitaram seguro-desemprego por 13 meses para que cortes da era Bush fossem mantidos

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Um dia após o anúncio do acordo entre a Casa Branca e os republicanos para estender cortes de impostos para os mais ricos, Washington se tornou um campo de batalha entre o presidente e seus colegas democratas, que sinalizaram resistência.
Para os democratas, Barack Obama cedeu fácil demais em troca de poucas concessões da oposição. Eles não consideraram suficientes o prolongamento do seguro-desemprego por 13 meses e cortes de dois pontos percentuais em impostos na folha de pagamentos para o ano que vem.
O pacote inteiro é controverso devido ao custo, estimado em até US$ 900 bilhões em dois anos. As medidas irão aumentar o deficit público americano, hoje em US$ 1,3 trilhão.
Harry Reid, líder da maioria democrata do Senado, disse ontem que não vai deixar o acordo ser votado antes de falar com a Casa Branca sobre algumas mudanças.
Ao mesmo tempo, a líder da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, escreveu em seu Twitter que o pacote "só ajuda os 3% mais ricos do país, não cria empregos e adiciona bilhões ao deficit".
Os cortes de impostos para os mais ricos, implementados no governo de George W. Bush (2001-2009), expiram no final do ano.
Obama havia prometido desde a campanha à Presidência que não os renovaria, mas admitiu ontem que "não conseguiu convencer os republicanos".
Ele comparou a oposição a sequestradores que estavam prestes a ferir o refém.
"Entendo o desejo por uma luta", disse. "Sou tão contrário à extensão dos cortes para os mais ricos agora quanto era antes. Mas preciso promover criação de empregos. Uma longa luta política seria ruim para a economia e o povo americano."
Para alguns democratas, a parte mais controversa não é a extensão dos cortes, válida por dois anos, mas a estrutura de um imposto sobre bens para o qual a isenção é bastante alta -até US$ 5 milhões para um indivíduo ou US$ 10 milhões para um casal.
A pressa da Casa Branca se deve ao temor de que será impossível negociar de forma a atender qualquer demanda democrata a partir do ano que vem, quando a Câmara será dominada por republicanos vencedores da eleição de novembro.


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