São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

Acordo tributário com os republicanos revela como serão os próximos anos

PETER BAKER
DO "NEW YORK TIMES"

Pela primeira vez desde a derrota acachapante de seu partido na eleição do mês passado, e possivelmente desde que assumiu, pelo menos no que tange às iniciativas de política interna, Obama conseguiu fechar acordo com a oposição republicana.
O acordo revela pistas sobre como ele planeja governar nos próximos dois anos, ante um Congresso dividido, uma economia anêmica e uma campanha de reeleição cada vez mais próxima.
Obama deixou claro que estava disposto a se afastar de sua base liberal de eleitores e que seu interesse principal era negociar medidas que pudessem ser aprovadas e beneficiassem a classe média. No processo, aposta que será capaz de convencer que é de fato o "construtor de pontes" que eleitores acreditavam que fosse, ao elegê-lo.
"Não estou disposto a permitir que famílias de todo o país caiam vítimas dos efeitos colaterais da guerra política em Washington", declarou Obama, ao anunciar o acordo bipartidário. Não é um compromisso que agrade ao presidente.
Pôr fim aos cortes de impostos que seu predecessor, George W. Bush, instituiu para os 2% mais ricos dos domicílios norte-americanos foi um dos temas centrais de sua campanha em 2008.
Mas, ainda que se tenha visto forçado a aceitar um acordo que prorroga os cortes por dois anos, extraiu um preço dos republicanos, na forma de extensão dos benefícios aos desempregados e de manutenção das vantagens tributárias para as famílias com filhos estudando.
"É o primeiro de uma série de acordos dolorosos que o presidente terá de fazer se deseja avanços", disse Matt Bennett, vice-presidente do Third Way, grupo político de democratas moderados.
Mas, para a base de Obama, o acordo representa apenas a mais recente e insultuosa traição no que muitos de seus integrantes veem como dois anos de recuos diante da pressão conservadora e da obstrução republicana.

Tradução de PAULO MIGLIACCI



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