São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2010

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Cai o prazo de financiamento de carros

Juros começam a subir em concessionárias em reação às medidas anunciadas pelo Banco Central na sexta

Nos financiamentos feitos sem entrada, revendas estimam que prestações vão subir em torno de 10% a 12%

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Banco e financeiras já reduziram prazos e elevaram os juros para financiamento de veículos, em respostas às medidas anunciadas pelo Banco Central na semana passada para segurar o crédito ao consumo.
Levantamento da Folha mostra que o consumidor já não consegue encontrar ofertas de financiamentos em 72 meses. Também está mais difícil achar promoções de parcelamento em mais de 24 meses sem entrada.
Os juros, que estavam no menor patamar médio da história, também subiram.
No financiamento acima de dois anos com entrada, por exemplo, a taxa média passou de 1,49% ao mês para 1,53%, segundo tabela praticada em uma concessionária Volkswagen. Sem entrada, o juro chega a 2,13%.
Em uma venda acima de 48 meses, a taxa subiu de 1,40% para 1,51% ao mês, se houver entrada. No financiamento integral, os juros estão em 1,99% ao mês.
Segundo Marcos Ferreira, gerente de marketing de produtos do Banco Volkswagen, as parcelas deverão ficar de 10% a 12% mais caras nas operações sem entrada.
"Desde segunda, as prestações subiram em média R$ 50 nos financiamentos de até R$ 40 mil, feitos em 60 meses", diz Jairo Rocha, gerente de vendas da Alta Comercial de Veículos, em São Paulo.

NOVA TABELA
Algumas concessionárias ainda oferecem as taxas antigas, mas somente em alguns bancos que ainda não reajustaram a tabela e que já praticavam juros maiores.
Mesmo assim, segundo vendedores, são poucos os clientes que estão fechando negócio nesta semana.
A publicitária Eurides Prazeres negociava ontem financiamento em 60 meses sem entrada com juros de 1,96% ao mês, taxa praticada até semana passada por uma instituição financeira.
Em outros bancos, que já estavam com a nova tabela, os juros estavam em 2,5%. Pelas novas condições, sua prestação mensal subiria de R$ 1.031 para R$ 1.141.
Na semana passada, ela chegou a encontrar taxas próximas de 1,7% ao mês.
"Estão oferecendo a mesma taxa da semana passada se eu comprar até amanhã, mas ainda estou vendo se não vale a pena dar uma entrada e reduzir o prazo para uns 36 meses", afirmou.
Roberto Kovacs, diretor do grupo Caoa, disse que, na média, os juros passaram de 1,45% ao mês para 1,70%.
A Anef (associação dos bancos das montadoras) informou que ainda avalia as medidas e não se pronunciará sobre o assunto. O prazo médio para financiamento de veículos já havia retornado ao nível pré-crise desde dezembro de 2009.
Neste ano, bateu novos recordes. Dados de outubro mostram que o consumidor tem, em média, 18,5 meses para financiar a compra do carro. Há cinco anos, o prazo era de cerca de 13 meses.
A taxa média de juros também se encontrava no menor patamar da história em setembro (23,3% ao ano, ou 1,76% ao mês). Em novembro de 2008, no auge da crise, os juros estavam em quase 38% ao ano (2,7% ao mês).

Colaborou TATIANA RESENDE, de São Paulo


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