|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Fusões e aquisições crescem 43% e têm maior nível em 7 anos, diz consultoria
As transações de fusões e
aquisições no Brasil bateram
recorde neste ano. De janeiro
a maio, o número de operações cresceu 43%, totalizando 303 transações, segundo
levantamento da PricewaterhouseCoopers.
O volume registrado é recorde para o período, desde o
início da pesquisa da consultoria em 2003.
Os setores de alimentos e
de TI foram os destaques nas
transações deste ano, com 29
operações cada um. No primeiro, os segmentos mais
ativos foram frigoríficos e
abatedouros, produtos agrícolas e usinas de açúcar e álcool. Em tecnologia, as áreas
de software e sistemas de rede se destacaram.
"Esses setores estão crescendo na economia, o que os
torna muito interessantes para investimentos", diz o especialista em fusões e aquisições Alexandre Pierantoni,
sócio da Price.
A tendência é aumentar a
consolidação de diversos setores. "Hoje, as fusões e as
aquisições são uma ferramenta de negócios para as
empresas", diz Pierantoni.
As operações devem fechar 2010 com nível recorde,
superando as 718 transações
de 2007, considerado o melhor ano, segundo a Price.
"Apesar do ambiente incerto nos Estados Unidos e
na Europa, os investimentos
no Brasil não estão sendo
afetados", diz Pierantoni.
Cerca de 40% das transações envolveram empresas
estrangeiras. A tendência é
ter uma participação cada
vez maior dos estrangeiros
procurando empresas brasileiras, segundo o sócio.
Fundos de "private
equity" estiveram presentes
em 42% dos negócios neste
ano -uma participação recorde-, com transações nos
setores de TI, varejo, hotelaria e construção.
ANTES DO LA NIÑA
Consultorias têm registrado o aumento de
empresas interessadas em sair do mercado
cativo para o mercado de consumidor livre,
em que contratos são negociados diretamente com as geradoras de energia. "O momento é bom para migrar porque o preço
melhorou, em razão dos reservatórios brasileiros", diz Cristopher Vlavianos, presidente
da Comerc, consultoria e gestora de energia.
Bem diferente dos altos preços do final de
2007 e começo de 2008. As interessadas na
migração são companhias que têm entre três
e quatro fábricas e que querem reduzir
custos. Mas não basta vontade de mudar.
É preciso ter consumo superior a 3 mil kilowatts e se adaptar ao sistema de medição (que sai por cerca de R$ 20 mil). Em
setembro, porém, o La Niña pode colocar
esse mercado de pernas para o ar.
Se a quantidade de água se reduzir, poderá não ser mais tão favorável. "Só migrar não significa pagar menos. O momento de contratação é importante", diz
Marcelo Ávila, vice-presidente.
INOVAÇÃO EM ALTO-MAR
O robô Auri, para inspeção autônoma de oleodutos
flexíveis, deve estar apto
para testes em alto-mar no
próximo mês.
O robô reduzirá custos da
exploração de petróleo, segundo Miguel Freitas, engenheiro do CTC/PUC-Rio,
que fez o projeto com a Petrobras e a EngeMovi.
"Ao ser lançado das plataformas, ele dispensa barcos de apoio, hoje usados
por robôs de controle remoto, e reduz gastos", diz.
A máquina estará disponível em até dois anos para
empresas que queiram oferecer o serviço ao mercado,
diz Carlos Camerini, consultor da Petrobras.
"Grande parte das compras dos robôs será feita pela Petrobras."
Empresários da construção estão otimistas, mas temem inflação
A percepção dos empresários da construção civil sobre
o desempenho de suas empresas subiu e voltou ao nível
recorde de 2008.
O indicador atingiu 60
pontos em maio, igualando-se ao patamar mais alto da
série histórica, registrado há
dois anos, segundo a Sondagem Nacional da Indústria
da Construção, realizada por
SindusCon-SP e FGV/Ibre.
A pesquisa adota escala de
zero a cem pontos. Acima de
50, denota otimismo.
A percepção favorável se
deve ao crescimento do mercado imobiliário e do investimento, ainda que lento, em
infraestrutura, segundo Sérgio Watanabe, presidente do
SindusCon-SP.
Apesar do otimismo, o setor demonstra preocupação
quanto à evolução dos custos
setoriais, afirma Watanabe.
"Temos um setor aquecido, mas preocupado com a
inflação e com a qualificação
de mão de obra, devido ao
aumento da demanda."
Parceria A BM&FBovespa
vai assinar na próxima semana um convênio com a Associação Parque Tecnológico de
São José dos Campos. O objetivo é se aproximar de instituições e empreendedores hospedados em incubadoras e
centros tecnológicos do Estado de São Paulo. A parceria
prevê o fomento ao empreendedorismo com a capacitação
profissional e difusão de informações sobre mecanismos de
financiamento que incentivem o contato entre empresas
e investidores.
Nova casa A americana
Silver Spring Networks, de sistemas "Smart Grid", redes inteligentes para produção de
energia elétrica, abre hoje, em
São Paulo, o primeiro escritório no Brasil. A solução permite que concessionárias de
energia gerenciem melhor as
linhas de transmissão e distribuição pelo conhecimento da
demanda. Também proporciona maior controle dos gastos
pelo consumidor. Para atuar
no país, a empresa fechou parceria com a brasileira Nansen,
de medidores de energia.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
Próximo Texto: País cresce 9%, mas ritmo já perde força Índice
|