|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Orçamentos e dietas fracassam pelas mesmas razões
Enfatizar restrições em vez de diversão atrapalha; "motivação positiva" ajuda a economizar, diz especialista
TARA SIEGEL BERNARD
DO "NEW YORK TIMES"
O que você faria se sua carteira se tornasse mais difícil
de abrir quando seus gastos
estivessem se aproximando
dos limites de seu orçamento, ou o excedessem? Pensaria duas vezes sobre aquilo
em que ele está sendo gasto?
Um projetista de produtos
do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts que criou um
protótipo para uma carteira
como essa parece pensar que
sim, e talvez tenha razão.
Parte do motivo para que
tanta gente gaste demais é
que despender dinheiro se
tornou abstração em uma sociedade na qual é cada vez
menos usado em espécie.
Os cartões de crédito propiciam gratificação imediata
sem consequências imediatas. Usar cédulas reais de sua
reserva de dinheiro, sugerem
pesquisas, é mais doloroso, o
que leva a gastar menos.
Existe outro fator. Como
espécie, humanos são notórios pela dificuldade em
cumprir planos que traçam.
Aderir a um orçamento é bem
parecido com uma dieta.
E frequentemente as duas
coisas fracassam pelos mesmos motivos: as duas enfatizam demais as restrições e
não enfatizam a diversão.
OBJETIVOS
No site mint.com, que oferece ferramentas para controle das finanças, os principais objetivos dos 500 mil
usuários incluem liquidar dívidas, criar um fundo para
emergências e poupar para a
aposentadoria. Todos são objetivos virtuosos, é certo.
A batalha é reduzir a disparidade entre as boas intenções e a natureza humana.
Existem estratégias para isso. De fato, a melhor é a de
não pensar em termos de orçamento. Estabeleça metas e
automatize a poupança e as
prioridades que puder.
Comece se conscientizando dos gastos, anotando-os
em um bloco, uma planilha
ou em sites como o
mint.com. Depois, confira
um senso de propósito a
eles; orçamentos que envolvem um plano, como a compra de uma casa, tendem a
encontrar mais sucesso.
"Para que exista mudança
é preciso existir alguma forma de motivação positiva",
disse Amanda Clayman, terapeuta financeira nos EUA.
Uma estratégia é a "contabilidade mental" -dividir o
dinheiro em contas que você
trata diferentemente.
"Do ponto de vista psicológico, há mérito em ter conta separada para gastos complemente arbitrários", diz
Steve Levinson, psicólogo.
E pense na possibilidade
de trabalhar de trás para
frente: em lugar de estabelecer um orçamento excessivamente detalhado, primeiro
decida quanto você deseja
poupar, e depois trabalhe
com o restante.
Mas a vida costuma atrapalhar mesmo planos cuidadosos, e por isso os especialistas recomendam estabelecer uma reserva.
Mas não confie em você
mesmo para isso. Disponha
as coisas de forma a que o dinheiro reservado para essas
finalidades seja debitado diretamente na sua conta.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: IPVA com desconto começa a vencer amanhã em São Paulo Próximo Texto: Finanças Pessoais - Marcia Dessen: Aumente sua rentabilidade com a redução de custos Índice | Comunicar Erros
|