São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2011

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Ação em 3 Estados investiga sonegação fiscal em açúcar

Grupo é suspeito de desviar R$ 50 milhões ao intermediar negociações

Segundo a polícia, empresas-fantasmas compravam de usinas de Ribeirão e revendiam para Minas

ELIDA OLIVEIRA

DE RIBEIRÃO PRETO

Empresas de açúcar de São Paulo, de Minas e do Espírito Santo foram alvo de uma operação deflagrada ontem por suspeita de desvio de R$ 50 milhões em sonegação fiscal.
A operação vistoriou 19 empresas nos três Estados, sete casas, dois escritórios e cumpriu 20 mandados de prisão -quatro pessoas foram presas em Ribeirão Preto e outras três em Minas Gerais.
Segundo o delegado Gustavo Alves, da Seccional da Polícia Civil de Ribeirão, os suspeitos de sonegação abriam empresas-fantasmas para comprar açúcar de usinas da região e, depois, revendiam para Minas Gerais.
Com isso, burlavam a cobrança de impostos, disse o promotor Flávio Okamoto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em Ribeirão. Segundo ele, se a empresa de Minas comprasse direto da usina, pagaria 12% de ICMS. No caso da compra intermediada pelo grupo investigado, o imposto é de 7%.
Algumas das empresas suspeitas de sonegação também estão sendo investigadas pela Promotoria em Minas Gerais por crime contra a saúde pública, disse Alves.
No mês passado, análises laboratoriais comprovaram a presença de metais como ferro, cobalto e níquel no açúcar, e a Secretaria de Saúde mineira suspendeu a venda das marcas no Estado.
No início deste mês, a Anvisa proibiu em todo o país a comercialização de lotes de duas marcas -Bonzão e Doce Mel- após um laudo indicar a contaminação.
O Instituto de Pesos e Medidas do Rio também recolheu as marcas em supermercados localizados no norte fluminense.


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