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FMI refuta pressionar China e prega acordo entre países
Pressão para os chineses valorizar moeda marca encontro do Fundo em Washington, que não chega a consenso sobre câmbio
LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Em vez de propor um roteiro de medidas para lidar com
o problema, o FMI (Fundo
Monetário Internacional)
adotou um discurso de contenção e se limitou a exortar
seus membros a buscarem
uma solução cooperativa para os desequilíbrios globais.
O FMI teme que as discussões em torno de câmbio, demanda, consumo e ajuste fiscal culminem em ações individuais ao invés de coletivas.
Por isso, enfatizou a necessidade de medidas tanto chinesas quanto americanas.
"A questão da moeda vai
ser uma consequência do
reequilíbrio da economia",
afirmou o diretor-gerente do
fundo, Dominique Strauss-Khan, ao ser indagado pela
Folha sobre medidas que devem ser tomadas para evitar
que o discurso caia no vazio.
"Espero que o progresso
dessa ideia [de cooperação]
seja forte o suficiente para
evitar confrontos, e que possamos chegar a uma solução
em que todos ganhem."
A discussão sobre como lidar com o câmbio ante um
dólar e um yuan baixos domina a reunião do FMI. China e EUA trocam acusações
sobre a responsabilidade pelos desequilíbrios globais.
Mais cedo, Anoop Singh,
diretor do FMI, dissera que a
solução para o dilema atual
do câmbio não viria da pressão sobre a China, como têm
insistido os EUA. "Isso precisa ser parte de um pacote, e
os chineses têm essa percepção. O que há são discordâncias sobre "timing'", afirmou.
O Brasil têm insistido na
parcela americana de culpa,
embora cite a necessidade de
correção cambial chinesa.
Ontem, o ministro Guido
Mantega (Fazenda) defendeu no Comitê Monetário e
Financeiro Internacional
que países avançados retomem medidas de estímulo
fiscal para resolver o desequilíbrio cambial internacional -alusão à Europa, mas,
sobretudo, aos EUA.
"Para os países avançados
que podem, cortes nos gastos públicos e de impostos
devem ser adiados até que a
recuperação se firme", disse.
Em eco, a China criticou
"políticas monetárias não
convencionais" e taxas de
câmbio baixas no mundo.
O secretário do Tesouro
americano, Tim Geithner, rebateu ao recriminar "países
avançados relutantes à expansão fiscal que lhes permitiria recorrer menos a políticas monetárias frouxas".
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