São Paulo, sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

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Teles dizem que leilão 3G favorece a Nextel

Operadora foi a única que não está no mercado 3G que apresentou proposta

TIM, Oi, Vivo e Claro só poderiam participar se não houvesse novo interessado; agência nega favorecimento


JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

A Nextel foi a única operadora fora do mercado de 3G que apresentou proposta ontem para adquirir as últimas faixas de frequência disponíveis. O leilão está marcado para terça, dia 14.
A informação gerou polêmica no setor, que acusa a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de ter direcionado o leilão para favorecer a Nextel, que presta serviços de telefonia via "trunking" (tecnologia de transmissão de sinais por rádio).
Pelas regras do edital, as operadoras hoje atuantes só poderão participar do leilão se não houver novas empresas interessadas. Como somente a Nextel participará, ela poderá levar as frequências da banda H pelo preço mínimo, R$ 1,1 bilhão.
Nos últimos meses, as teles comentavam nos bastidores que a Anatel favoreceria a Nextel, cuja participação surpresa no leilão 3G de 2007 (quando o serviço foi implantado no país) gerou um ágio que fez o preço de partida das licenças mais que dobrar.
A agência afirma que as regras do leilão de terça já estavam definidas em 2007 e que, portanto, não existe favorecimento. De acordo com a Anatel, TIM, Claro, Oi e Vivo já sabiam que a banda H ficaria com uma nova empresa.
A posição da Nextel é a mesma. Recentemente, um executivo da empresa afirmou à Folha que a companhia não pode ser responsabilizada por ter tomado parte de uma disputa [em 2007] em que a concorrência decidiu pagar mais para levar as frequências.

CONTROVÉRSIA
As operadoras já esgotaram as possibilidades de recurso na Anatel. Também foram à Justiça para questionar a agência. Em ambos os casos não tiveram sucesso.
O próximo passo será uma possível ação judicial às vésperas do leilão para tentar impedi-lo. Em 2006, as teles também foram à Justiça para participar do leilão das faixas de 3,5 GHz (Gigahertz) e 10,5 GHz.
A Folha apurou que não há consenso sobre a medida e, se ela for tomada, será pelo SindiTelebrasil, sindicato que reúne as operadoras fixas e móveis. As teles alegam que já investiram pesado no 3G e, por isso, seria injusto não participarem do leilão.
A banda H permitirá que uma operadora possa atuar em todo o território nacional oferecendo serviços de telefonia e internet móvel. O vencedor terá que competir e investir seguindo as obrigações de cobertura e qualidade do serviço hoje impostas às operadoras.


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