São Paulo, sábado, 11 de junho de 2011

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cifras & letras

CRÍTICA CONSUMO

Da independência financeira à influência na sociedade

Livro reúne depoimentos e estatísticas para discutir novo poder feminino


EM 100 ANOS, AS MULHERES DEIXARAM DE SER PROPRIEDADE PARA TER PROPRIEDADES, DESTACAM AS AUTORAS

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

"A giganta adormecida." É nessa imagem que, em determinado momento do texto, as autoras Maddy Dychtwald e Christine Larson materializam a dimensão do atual poder econômico das mulheres -que dá título ao livro.
E as escritoras não poupam argumentos para o "gigantismo": Nos EUA, as mulheres controlam 51,3% do patrimônio privado da nação. Em 2009, ocupavam 49% dos empregos não agrícolas do país. E cerca de 40% das empresas americanas pertencem a mulheres, em comparação com apenas 26% em 1997.
Os números são convincentes, embora o livro também aponte que 70% dos que vivem em extrema pobreza no mundo são mulheres -gigantismo às avessas.
"Em cem anos, as mulheres deixaram de ser propriedade para ter propriedades", destacam Dychtwald, demógrafa, executiva de marketing e empresária, e Larson, jornalista.
As agora trabalhadoras, chefes de família e consumidoras saem, cada vez mais, do estágio econômico da "sobrevivência" -em que ganham dinheiro suficiente para dar teto e alimentação aos filhos- para chegar ao da "independência".
Nesse nível, elas confiam em si mesmas para conquistar o básico e, progressivamente, muito mais.
Mas, com tantas conquistas, de que forma, então, esse gigante feminino ainda está adormecido?
O livro propõe que falta a muitas mulheres, já independentes, um despertar que abre caminho para o estágio econômico da "influência".
Nesse estágio, elas transformam não somente suas vidas e as de seus parentes e amigos mas a sociedade.

TERRITÓRIO NOVO
E, para as autoras, o olhar feminino, que, historicamente, foi construído mais voltado ao outro -seja para ajuda mútua entre mulheres ou delas para com familiares-, tende a proporcionar transformações que beneficiarão o coletivo: seja nos negócios, na família, na política.
"Homens poderosos estão acostumados a se perguntar: "Qual será meu legado?"."
Já, para muitas mulheres, em todo o mundo, o reconhecimento e o uso da própria influência é "território novo."
O texto reúne depoimentos de dezenas de mulheres que, sim, usam sua influência para transformar a sociedade (de executivas a médicas e políticas).
E as experiências pessoais instigam a reflexão. O que eu posso fazer para melhorar de alguma forma o ambiente em que vivo -é convidado a se perguntar o leitor.
O convite chega até mesmo a ser literal, em um capitulo que se propõe a trazer uma espécie de "manual de boa conduta" no combate à desigualdade de gênero, que persiste mesmo com mulheres e homens redefinindo papéis em todas as áreas. Um tratado feminista? São apenas fatos. Palavras das autoras.

O PODER ECONÔMICO DAS MULHERES
AUTORAS
Maddy Dychtwald e Christine Larson
EDITORA Elsevier Campus
QUANTO R$ 59,90 (241 págs.)
AVALIAÇÃO Bom


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