São Paulo, sábado, 11 de junho de 2011

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Insegurança também deprime a Bovespa

Bolsa cai 9,5% no ano, após aperto monetário e temor de mais inflação

Cenário externo complicado aumenta a aversão ao risco; para analistas, 2º semestre repetirá tendência

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

Para quem vê a Bolsa de Valores brasileira amargar perdas de 9,5% neste ano (até ontem), pode ser um fraco consolo. Mas o fato é que, em 2010, o primeiro semestre também foi de perdas fortes.
Naquele ano, o índice Ibovespa recuou 11,2% entre janeiro e junho, para subir quase 14% no semestre seguinte.
Em 2011, três fatores podem explicar por que a Bolsa brasileira foi até pior do que os demais mercados até o momento: inflação, juros e cenário externo.
De início, analistas e investidores duvidavam do compromisso da "nova" equipe do Banco Central em domar a inflação galopante.
A partir do segundo trimestre, quando ficou claro que a ferramenta principal da autoridade econômica seriam os juros (e não necessariamente, as famosas "medidas macroprudenciais"), temeu-se pelo tamanho do aperto da política monetária necessário para bater a inflação com a meta do ano.
Agora, aparentemente governo e mercado chegaram a algum tipo de acomodação. A inflação "colaborou" e começou a mostrar taxas cada mais civilizadas. E a estratégia gradualista do BC começou a ser mais bem aceita nos meios financeiros.
"Acho que o mercado começou a entender que o ajuste monetário que está precificado [projetado nos preços], de 12,50%, não será suficiente para trazer a inflação para o centro da meta em 2012", pondera Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
"Mas o cenário que está se impondo é que o BC não vai querer sacrificar tanto o crescimento para isso. (...) O que não significa que nós vamos ter qualquer descontrole inflacionário", acrescenta.
O que não justifica qualquer entusiasmo para o próximo semestre.
O cenário externo continua bastante complicado, o que reforçou e ainda deve reforçar a aversão ao risco nos próximos meses.


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