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Insegurança também deprime a Bovespa
Bolsa cai 9,5% no ano, após aperto
monetário e temor de mais inflação
Cenário externo
complicado aumenta
a aversão ao risco; para
analistas, 2º semestre
repetirá tendência
EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO
Para quem vê a Bolsa de
Valores brasileira amargar
perdas de 9,5% neste ano
(até ontem), pode ser um fraco consolo. Mas o fato é que,
em 2010, o primeiro semestre
também foi de perdas fortes.
Naquele ano, o índice Ibovespa recuou 11,2% entre janeiro e junho, para subir
quase 14% no semestre seguinte.
Em 2011, três fatores podem explicar por que a Bolsa
brasileira foi até pior do que
os demais mercados até o
momento: inflação, juros e
cenário externo.
De início, analistas e investidores duvidavam do
compromisso da "nova"
equipe do Banco Central em
domar a inflação galopante.
A partir do segundo trimestre, quando ficou claro
que a ferramenta principal
da autoridade econômica seriam os juros (e não necessariamente, as famosas "medidas macroprudenciais"), temeu-se pelo tamanho do
aperto da política monetária
necessário para bater a inflação com a meta do ano.
Agora, aparentemente governo e mercado chegaram a
algum tipo de acomodação.
A inflação "colaborou" e começou a mostrar taxas cada
mais civilizadas. E a estratégia gradualista do BC começou a ser mais bem aceita nos
meios financeiros.
"Acho que o mercado começou a entender que o ajuste monetário que está precificado [projetado nos preços],
de 12,50%, não será suficiente para trazer a inflação para
o centro da meta em 2012",
pondera Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
"Mas o cenário que está se
impondo é que o BC não vai
querer sacrificar tanto o crescimento para isso. (...) O que
não significa que nós vamos
ter qualquer descontrole inflacionário", acrescenta.
O que não justifica qualquer entusiasmo para o próximo semestre.
O cenário externo continua bastante complicado, o
que reforçou e ainda deve reforçar a aversão ao risco nos
próximos meses.
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