São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Importação de gasolina aumenta 66% no ano; exportação recua 34%

A crise financeira mundial de 2008 deixou sequelas na economia brasileira, mas um dos setores mais afetados foi o de combustíveis. A torneira do crédito secou para as usinas, reduzindo a possibilidade de investimento.
Os efeitos começaram a ser sentidos em 2010, e se acentuaram em 2011. A substituição de gasolina pelo álcool perdeu força. A produção de álcool está em baixa e o país volta ser mais dependente do petróleo. Exporta menos gasolina -fica mais no mercado interno- e importa mais.
Esse é um cenário que não muda nos próximos dois anos. As usinas retomam muito devagar a renovação dos canaviais e não iniciam projetos novos. Já a Petrobras não terá refinaria nova nos próximos anos.
Os dados do Ministério do Desenvolvimento indicam que, de janeiro a setembro de 2008, o Brasil importou 141 mil litros de gasolina. Neste ano, são 850 milhões.
Já a participação do etanol, com crescimento contínuo nos últimos anos, perde força. Essa perda só não é maior porque o país reduziu as exportações do derivado de cana e elevou as importações do etanol derivado de milho.
Nos oito primeiros meses de 2008, as exportações de álcool do Brasil somaram 3,8 bilhões de litros, volume que caiu para 1,3 bilhão neste ano. Já as importações, que eram de apenas 411 mil litros em 2008, subiram para 571 milhões em igual período deste ano.
Esse cenário gera custos e diminui receitas. As vendas externas de álcool, que somavam US$ 1,5 bilhão até setembro de 2008, recuaram para US$ 434 milhões neste ano.
As importações de gasolina subiram para US$ 658 milhões, enquanto as exportações recuaram para apenas US$ 305 milhões, após terem atingido US$ 2,1 bilhões em igual período de 2008.

Bom desempenho O PIB (Produto Interno Bruto) do setor agropecuário teve evolução de 4,85% no primeiro semestre deste ano em comparação a igual período do ano passado. Os dados são do Cepea-Esalq e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Preços Volume maior de produção e elevação nos preços médios de vários produtos agrícolas, como algodão, café, milho, soja e laranja, permitiram o desempenho do PIB do setor agropecuário. O crescimento agrícola foi de 6,75% no período. A pecuária cresceu 2,43%.

Ajuda externa As notícias de que Alemanha e França vão dar suporte financeiro para bancos europeus com problemas serviram de apoio aos preços das commodities. Em Chicago, a tendência foi de alta para soja, milho e trigo. Já em Nova York, o açúcar subiu 4,5%; o petróleo, 3%.

Japão lidera As exportações brasileiras de milho tiveram os melhores preços e o maior volume do ano no mês de setembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior. O valor médio da tonelada foi de US$ 304, e o Japão liderou as compras do produto brasileiro no mês passado.

Foi a R$ 2 O frango manteve tendência de alta nas granjas paulistas, com o quilo da ave viva chegando a R$ 2,00 ontem. A procura pela ave sustenta os preços. A partir de agora, no entanto, a expectativa é de equilíbrio entre oferta e demanda, o que deve manter a cotação nesse patamar.

Exceção As receitas com exportações de commodities agrícolas perderam força na primeira semana deste mês. As de carne (bovina, suína e de frango), no entanto, registram alta de 22% sobre o mesmo período de setembro.

Com THIAGO FERNANDES


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