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commodities
Disputa em leilão rende desconto de 31%
Deságio na receita aceito pelas empresas do setor elétrico na licitação vai diminuir custos para o consumidor final
Investimento total em linhas de transmissão e subestações chegará a R$ 708 milhões e deverá gerar 3.400 empregos
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
As companhias estatais
dominaram o leilão de transmissão de energia realizado
ontem pela Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica), na BM&FBovespa.
Duas subsidiárias da Eletrobras (Chesf e Eletrosul) e a
Copel (Companhia Paranaense de Energia) -a grande surpresa do leilão- ajudaram a ampliar o deságio
médio final (ou desconto na
remuneração) para 31,57%.
Com o leilão, as empresas
que construirão as quatro linhas de transmissão e as 11
subestações espalhadas por
sete Estados brasileiros investirão R$ 708 milhões. A
expectativa é que 3.400 empregos sejam gerados.
O deságio reduzirá o custo
tarifário que irá para a conta
de luz dos consumidores nos
próximos anos.
Os leilões de transmissão
são importantes à medida
que a demanda nacional por
energia cresce. Servem para
expandir a rede de transmissão que leva a energia da usina aos consumidores residenciais, comerciais e industriais espalhados pelo país.
Os projetos leiloados ontem terão duas funções: melhorar a distribuição em regiões onde há crescimento de
demanda e permitir que a
energia que será produzida
no rio Madeira (nas usinas de
Jirau e Santo Antônio) alcance o Estado de São Paulo.
CUSTOS
A rede que interliga as usinas do rio Madeira e a cidade
de Araraquara (SP) já havia
sido licitada. Faltava o trecho
licitado ontem, entre Araraquara e Taubaté (também em
SP) e arrematado pela Copel.
Pela regra da Aneel, os 19
grupos habilitados disputaram os projetos a partir da
oferta de deságios (descontos) sobre a receita máxima
fixada pela agência reguladora. Venceu quem aceitou
receber menos por ano -os
descontos variaram de
0,96% a 51%.
Esse modelo reduziu em
R$ 26,57 milhões o custo
anual que será repassado na
conta de luz dos consumidores beneficiados pelos investimentos. De R$ 84,18 milhões de receita inicial, o valor, após o leilão, caiu para
R$ 57,60 milhões.
Os grupos terão agora 24
meses para concluir a construção das linhas de transmissão (com torres e cabos) e
as subestações.
COMPETIÇÃO
Nelson Hubner, diretor-geral da Aneel, disse que o
leilão foi um "sucesso" em
razão da forte competição
entre empresas estrangeiras
e nacionais e entre estatais e
companhias privadas.
Sobre a ofensiva estatal,
Hubner disse que as regras
foram iguais para todos.
"O atual modelo do setor
vale para todos. Desde 2003,
a disputa entre empresas privadas e estatais ajudou a reduzir as tarifas. Isso é bom."
Nem todos saíram do leilão com a mesma percepção.
Enio Luigi Nucci, diretor de
desenvolvimento de novos
negócios da Alupar, companhia que ganhou um dos cinco lotes que disputou, disse
que a avaliação feita pelas estatais difere daquelas feitas
pelas companhias privadas.
"O setor privado pensa esses projetos como um negócio. O governo tem outro foco, por isso consegue fazer
ofertas mais competitivas."
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