São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011

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Brasil engatinha em serviços na China
Bancos, escritórios de advocacia e consultorias buscam demanda crescente no país, mas ainda em baixa escala

Participação tímida dos brasileiros contrasta com as projeções para a expansão do setor de serviços na China

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Pouco conhecida no Brasil, a recém-modernizada cidade portuária de Tianjin (120 km a leste de Pequim) conta 13 milhões de habitantes e cresceu 17,4% em 2010. Foi ali que a brasileira Wizard montou a sua primeira escola de inglês no país.
"Abrimos a escola de Tianjin em julho do ano passado, temos outra em Xangai e planos para Pequim", diz o vice-presidente, Lincoln Martins. "Estamos na fase um, fazendo adaptações de conteúdo."
A Wizard faz parte de um pequeno grupo de empresas brasileiras que vendem serviços na China. São ao menos 15 casos, entre bancos, escritórios de advocacia, tradings que buscam fornecedores chineses para empresas brasileiras, consultorias e uma empresa aérea, a TAM.
São operações de pequena escala, mesmo quando se trata de gigantes, como Itaú.
"A presença brasileira é ainda muito pequena pelo tamanho e pelas oportunidades que o mercado chinês oferece", diz Sérgio de Quadros, coordenador do Fórum Brasil, grupo informal que reúne 62 empresas instaladas na China, das quais 12 da área de serviços.

EXPANSÃO
A participação tímida dos brasileiros contrasta com as projeções para a expansão do setor de serviços na China, já que o governo pretende aumentar o consumo nos próximos anos para depender menos de investimentos e da indústria exportadora.
A TAM, por exemplo, não tem planos para voar até a China -o escritório apenas comercializará passagens ao Brasil via Europa e EUA. Isso apesar de os dois consulados brasileiros terem emitido mais de 22 mil vistos só no ano passado.
A única empresa com voos para o Brasil é a Air China, com uma escala em Madri.
Há oito anos na China, o escritório Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra Advogados é uma das empresas com mais pessoal dedicado ao gigante asiático: são sete advogados, embora apenas um, José Ricardo Luz Jr., esteja no país. Os principais clientes são empresas chinesas que têm investimentos no Brasil.
O Brasil tem três escritórios no país, de um total de 188 escritórios estrangeiros até a mais recente atualização do Ministério da Justiça, de 2009. Desses, 84 americanos, que têm ao menos 30 advogados cada um. Muitos têm presença no Brasil e acabam virando concorrência, segundo Luz Jr.
Na China desde 2004, o engenheiro civil Paulo Sérgio Custódio já participou de diversos projetos de planejamento de transporte urbano em cidades importantes.
Atualmente, com dois contratos projetos na China, a sua empresa Millenia dispõe de quatro consultores: dois brasileiros, um francês e um colombiano.
"Temos uma vantagem: o jeitinho brasileiro, que é uma desgraça e ao mesmo tempo uma adaptação a ambientes diferentes", afirma Custódio. "Se tivéssemos mais tino comercial, faríamos maior sucesso aqui."


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