São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011 |
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Profissionalizada, festa infantil deve faturar R$ 1 bi Com lucratividade 64% maior que a de restaurante, bufês se expandem Clientes chegam a gastar R$ 55 mil em comemorações; festa em domicílio deve gerar R$ 300 mi neste ano NATÁLIA PAIVA DE SÃO PAULO O pula-pula e a piscina de bolinhas deram lugar a montanha-russa e cinema 4D (no qual cadeiras se mexem), em festas que custam, em média, de R$ 3.000 a R$ 15 mil. Profissionalizada, a indústria de festa infantil tem crescido 30% ao ano e, em 2011, os cerca de 4.000 bufês no país devem ultrapassar o R$ 1 bilhão em faturamento. Há os "culpados" usuais: melhora da renda, ascensão da classe C, alta do consumo. "Mas, sobretudo, o bufê infantil tem se mostrado uma boa oportunidade de negócio", afirma Marcelo Golfieri, 41, dono da Catavento, rede de cinco bufês em São Paulo que vai inaugurar a primeira loja franqueada do setor. Segundo o Sebrae-SP, a lucratividade média (lucro sobre venda) dos bufês é de 28%; em restaurantes, 17%. Para suprir a demanda de profissionalização do setor, Golfieri fundou em São Caetano do Sul uma escola especializada em formar profissionais para bufês infantis (de garçons a gerentes), a Universidade da Diversão. O empresário também aproveitou a chance para abrir fábrica de brinquedos adaptados para essas casas. "APENAS" R$ 30 MIL Uma das clientes foi Bruna Borges, 29. Em 2010, ela fez a festa de quatro anos do seu primogênito em um bufê. "Nem pensava em gastar tanto. Mas a gente vai conhecendo as coisas e vai querendo melhorar a festa cada vez mais. A princípio, ficaria em R$ 10 mil. Gastei R$ 55 mil." Em esculturas gigantes de polvos e tartarugas marinhas (o tema era "fundo do mar"), em 20 mil balões, em guloseimas com o nome do filho. Um ano depois, a festa pode ser vista como investimento inicial. Com R$ 500 mil, montou seu próprio bufê em Brasília, onde mora. "Fui conhecendo o mercado e me identificando com o ramo." A festa de um ano da sua filha caçula será neste mês. "Vai sair mais bonita e mais barata. Uns R$ 30 mil." Segundo o diretor da Assebi (entidade que congrega os bufês infantis) Adriano Chiofalo, R$ 500 mil é o "investimento mínimo para garantir a competitividade". "Mas o retorno do capital investido é razoavelmente rápido, em dois anos", afirma. Na Grande São Paulo, o número de bufês hoje chega a mil, o dobrou de 2005. CONCORRÊNCIA O número de casas que abrem tem aumentado, mas o das que fecham, também. Motivo: falta de capacitação para gerir o negócio, apertado pela alta da concorrência. "Todos os nossos insumos têm sofrido variação de preços constante e, como o setor tem muita concorrência, tem de absorver as alterações." Segundo Maísa Blumenfeld, consultora do Sebrae-SP que acompanha esse mercado, as casas fecham devido à falta de planejamento e de identificação do gestor com o segmento -que exige muita dedicação no fim de semana. Ela reclama que a categoria é pouco organizada na obtenção de dados. Os mais confiáveis são da Assebi e da Universidade da Diversão. Chiofalo estima que dois terços dos bufês em São Paulo sejam de médio porte (até 650 m2, para 150 convidados) e tenham faturamento médio de R$ 60 mil ao mês. FESTA DELIVERY Com o nascimento da filha Ana, 2, Tatiana Lemos, 32, foi apresentada aos balões, frufrus e brigadeiros de colher das festas infantis. A fim de largar o emprego de funcionária pública, montou um serviço de festa em domicílio. O segmento é um dos que mais crescem e deve movimentar cerca de R$ 300 milhões no ano, segundo a Universidade da Diversão. "O mercado está favorável para ele. A classe média ascendeu, as pessoas moram em casas próprias, os condomínios têm mais estrutura", diz Chiofalo, da Assebi. Em um ano, Lemos já recebe dez pedidos de orçamento ao dia e faz oito festas ao mês (média de R$ 5.500 para 50 pessoas, sem salgados nem bebidas). Sua dúvida é se contrata ou não mais gente para dar conta da demanda, estimulada pelo boca a boca. A ideia é uma festa sem "cara de bufê", como decoração feita à mão e brinquedos educativos. "Estou amando esse trabalho." Texto Anterior: Brasil Foods está disposta a vender 15% da produção Próximo Texto: Economia dos solteiros gira R$ 419 bi Índice | Comunicar Erros |
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