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Educação financeira atrai investimentos
Corretoras, bancos e entidades bancam cursos para atrair novos investidores e ganhar escala na renda variável
Bolsa quer elevar de 560 mil para 5 milhões número de investidores pessoa física no mercado acionário
MAÍRA TEIXEIRA
DE SÃO PAULO
Educar financeiramente o
investidor pode ser uma estratégia eficaz para multiplicar o número de pessoas físicas que acessam o mercado
de capitais no Brasil.
Consequentemente, a
educação pode aumentar o
volume de investimentos e
fazer girar, com muito lucro,
as pontas desse mercado.
Nesta cadeia estão bancos,
corretoras, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a própria BM&FBovespa, instituições que investem
em novos departamentos pedagógicos de negócios.
Segundo a BM&FBovespa,
há hoje 560 mil investidores
pessoa física, e a estimativa é
de que em cinco anos esse
número chegue em 5 milhões
e, em 10 anos, em 10 milhões.
José Antonio Gragnani, diretor de desenvolvimento e
fomento de negócios da
BM&FBovespa, destaca que
o bom momento econômico
do país impulsiona os investimentos em educação.
"Com a estabilidade da
economia e o fortalecimento
da classe média -com o
acréscimo de mais 30 milhões de consumidores-, é
essencial que a Bolsa invista
na oferta e na demanda", explica Gragnani.
Atualmente, a companhia
detém a terceira maior Bolsa
do mundo em volume de
transações -atrás de Chicago e Hong Kong-, e tem 14
programas de educação.
De 2002, quando foi lançado o primeiro programa educacional, a maio de 2010, cerca de 1,6 milhão de pessoas já
participaram de alguma ação
educativa, segundo a Bolsa.
"Com esse ritmo a nossa
expectativa é de dobrar o número de empresas listadas,
passando das atuais 470 para 705 em cinco anos. É um
projeto bastante ambicioso.
Sem educação financeira
não teríamos essa capacidade", ressalta Gragnani.
META
De olho nesse crescimento
exponencial, as corretoras e
agentes financeiros já investem na criação e desenvolvimento de departamentos de
educação financeira.
Em setembro de 2009, a
Febraban criou uma diretoria exclusiva para educação
financeira, com verba inicial
de R$ 7 milhões. Esse montante está sendo investido
em dois novos cursos e no
portal "Meu Bolso em Dia".
"Nosso objetivo é atrair
um milhão de pessoas para
nossos cursos e site até o fim
do ano. Estamos desenvolvendo um relacionamento
para criar um vínculo com os
clientes, diminuir a inadimplência e ajudar o investidor
a se capitalizar com menos
riscos", explica Fábio Moraes, diretor de educação financeira da Febraban.
A entidade tem atualmente quatro cursos, dois gratuitos e dois pagos - voltados
para o leigo ou profissional
do mercado de capitais. Os
dois grátis já atenderam 100
mil pessoas, e 2.000 pessoas
já participaram dos pagos.
Nenhum dos bancos procurados pela Folha informou valores investidos, só
números de alunos e acessos
aos programas.
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