São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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Educação financeira atrai investimentos

Corretoras, bancos e entidades bancam cursos para atrair novos investidores e ganhar escala na renda variável

Bolsa quer elevar de 560 mil para 5 milhões número de investidores pessoa física no mercado acionário


MAÍRA TEIXEIRA
DE SÃO PAULO

Educar financeiramente o investidor pode ser uma estratégia eficaz para multiplicar o número de pessoas físicas que acessam o mercado de capitais no Brasil.
Consequentemente, a educação pode aumentar o volume de investimentos e fazer girar, com muito lucro, as pontas desse mercado.
Nesta cadeia estão bancos, corretoras, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a própria BM&FBovespa, instituições que investem em novos departamentos pedagógicos de negócios.
Segundo a BM&FBovespa, há hoje 560 mil investidores pessoa física, e a estimativa é de que em cinco anos esse número chegue em 5 milhões e, em 10 anos, em 10 milhões.
José Antonio Gragnani, diretor de desenvolvimento e fomento de negócios da BM&FBovespa, destaca que o bom momento econômico do país impulsiona os investimentos em educação.
"Com a estabilidade da economia e o fortalecimento da classe média -com o acréscimo de mais 30 milhões de consumidores-, é essencial que a Bolsa invista na oferta e na demanda", explica Gragnani.
Atualmente, a companhia detém a terceira maior Bolsa do mundo em volume de transações -atrás de Chicago e Hong Kong-, e tem 14 programas de educação.
De 2002, quando foi lançado o primeiro programa educacional, a maio de 2010, cerca de 1,6 milhão de pessoas já participaram de alguma ação educativa, segundo a Bolsa.
"Com esse ritmo a nossa expectativa é de dobrar o número de empresas listadas, passando das atuais 470 para 705 em cinco anos. É um projeto bastante ambicioso. Sem educação financeira não teríamos essa capacidade", ressalta Gragnani.

META
De olho nesse crescimento exponencial, as corretoras e agentes financeiros já investem na criação e desenvolvimento de departamentos de educação financeira.
Em setembro de 2009, a Febraban criou uma diretoria exclusiva para educação financeira, com verba inicial de R$ 7 milhões. Esse montante está sendo investido em dois novos cursos e no portal "Meu Bolso em Dia".
"Nosso objetivo é atrair um milhão de pessoas para nossos cursos e site até o fim do ano. Estamos desenvolvendo um relacionamento para criar um vínculo com os clientes, diminuir a inadimplência e ajudar o investidor a se capitalizar com menos riscos", explica Fábio Moraes, diretor de educação financeira da Febraban.
A entidade tem atualmente quatro cursos, dois gratuitos e dois pagos - voltados para o leigo ou profissional do mercado de capitais. Os dois grátis já atenderam 100 mil pessoas, e 2.000 pessoas já participaram dos pagos.
Nenhum dos bancos procurados pela Folha informou valores investidos, só números de alunos e acessos aos programas.


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