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Ex-ministro cuida de pré-sal no TCU
José Múcio Monteiro, que ocupou pasta na gestão Lula, é o relator do pedido de apuração sobre venda de reservas
Ministério Público Federal solicitou ao tribunal uma apuração sobre eventual perda
da União na negociação
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
O ex-ministro de Relações
Institucionais do governo
Lula José Múcio Monteiro é o
responsável, no TCU (Tribunal de Contas da União), pela
relatoria do pedido de apuração feito pelo Ministério Público Federal sobre aspectos
do projeto do pré-sal.
Monteiro, que é ministro
do TCU desde setembro, indicado por Lula, deverá decidir
se encaminhará o assunto
para o pleno do tribunal, se
pedirá novas diligências ou
se pedirá um arquivamento.
O processo está em seu gabinete desde o último dia 27.
O procurador da República no Distrito Federal Paulo
Roberto Galvão de Carvalho
pediu ao TCU que abra um
procedimento para fiscalizar
a venda, para a Petrobras, de
5 bilhões de barris de petróleo de uma área do pré-sal
pertencente à União, como
parte do processo de capitalização da petroleira.
Tendo por base estudos do
consultor da Câmara dos Deputados Paulo César Ribeiro
Lima, ex-funcionário da Petrobras, o procurador quer
saber se a União poderia ganhar muito mais do que está
sendo estimado pela reserva.
A imprensa e a ANP (Agência Nacional do Petróleo) têm
citado valores que oscilam de
US$ 5 a US$ 8 por barril. Segundo os cálculos de Lima,
com esses preços, a União
deixará de ganhar entre
US$ 39 bilhões e US$ 120 bilhões nos próximos anos.
PARTICIPAÇÃO
José Múcio foi ministro de
Lula até setembro de 2009.
Em agosto daquele ano, Lula
encaminhou ao Congresso
quatro projetos de lei que tratavam do pré-sal.
Naquele momento Múcio
participou, no Palácio do
Planalto, de reuniões para
tratar do novo marco regulatório do pré-sal.
Ele declarou à Folha, à
época, que os projetos seriam enviados ao Congresso
em regime de urgência. "Ele
[o presidente Lula] está fazendo muita questão de que
nos próximos 15 dias tudo esteja pronto", afirmou Múcio.
Um dos projetos era o que
autorizou a venda dos barris
à Petrobras. A proposta foi
aprovada pelo Congresso e
tornada lei, por Lula, no último dia 30 de junho.
O regimento interno do
TCU diz que os ministros podem abrir mão da relatoria de
processos por razões "de foro
íntimo". Mas a lei não prevê
que a condição de ex-ministro deixe automaticamente o
relator sob suspeição.
Procurado por telefone e
por e-mail, Múcio não foi localizado para falar sobre o
assunto.
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