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Segurança digital
Bancos travam corrida para libertar clientes de senhas e cartões
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
Um mundo sem documentos, senhas e cartões magnéticos, em que as pessoas são
reconhecidas por DNA, forma do rosto, íris, digitais,
palma da mão, timbre da
voz, jeito de andar e falar.
A indústria bancária trava
uma corrida tecnológica sem
fim contra o crime organizado, que entrou na era digital
e recrutou os melhores ha-
ckers do mundo para roubar
senhas e desviar milhões.
Para diferenciar clientes
de impostores, os bancos escolheram o caminho da biometria, o estudo estatístico
de características físicas.
Será o fim da ditadura de
senhas, letras de acesso e tokens, os chaveiros eletrônicos que exibem uma senha
que muda em segundos para
acessar o internet banking.
"As pessoas terão algum
identificador que vai nascer
com ela ou ser colocado no
seu corpo. Quando fizer uma
compra, será reconhecido e
debitado automaticamente
na saída da loja", disse Marcelo Lau, diretor da Data Security, consultoria de investigação de crimes eletrônicos.
"O futuro dos bancos passa pelo uso de celulares,
identificação biométrica e
conveniência para os clientes. Os clientes pagarão mais
para economizar tempo",
disse S. Balasubramanya,
presidente no Brasil da TCS
(Tata Consultancy Services).
Para lutar contra o crime,
as institu contrataram "hackers éticos", convertidos ao
bem.
"Hacker ético", Breno Silva, 25, trabalha como consultor da IBM, que oferece o serviço aos bancos no Brasil.
Seu trabalho é simular ataques eletrônicos para testar a
vulnerabilidade dos bancos.
LEITURA DE VEIAS
No Brasil, a tecnologia biométrica mais adiantada é a
leitura das veias da palma da
mão, adotada pelo Bradesco.
No banco, 10% dos caixas
eletrônicos já são equipados
com leitores da mão. Praticamente todas as agências já
têm pelo menos um leitor.
Segundo Cândido Leonel-
li, diretor-executivo do Bradesco, o banco só espera ter a
tecnologia fartamente disponível na rede para iniciar
uma campanha de cadastramento de mãos dos clientes.
Na sede do Bradesco, onde
a tecnologia é testada com os
funcionários, os usuários
nem precisam da senha para
usar o caixa eletrônico -só o
cartão magnético. Nas demais agências, porém, além
do cartão -e a mão-, o
cliente terá de usar a senha.
O Itaú testa uma tecnologia de identificação de impressões digitais. Os demais
bancos estudam adotar desde leitura da íris até identificação de face e voz humanas.
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