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25% de depósitos em caderneta não possuem cobertura de seguro
DE BRASÍLIA
A procura dos brasileiros
pela caderneta de poupança
voltou a crescer neste ano e,
junto com esse interesse, aumentou também a quantidade de dinheiro depositado
sem cobertura do seguro do
FGC (Fundo Garantidor de
Crédito).
Cerca de 25% dos depósitos na caderneta de poupança (R$ 85 bilhões) não possuem essa cobertura. Ou seja, são recursos que podem
desaparecer de uma hora para outra em caso de quebra
da instituição financeira na
qual estão aplicados.
O FGC é responsável por
garantir os depósitos dos
clientes de todos os bancos
brasileiros até o valor de
R$ 60 mil por CPF em cada
instituição financeira.
Apesar de o sistema bancário estar fortalecido -a última quebra de uma instituição com poupança foi a do
Bamerindus, em 1997-, esse
dado mostra que a poupança
pode carregar o mesmo nível
de risco que um investimento
em CDB, que conta com a
mesma cobertura.
"Tanto quando aplica em
CDB como em poupança, você corre o risco de crédito do
banco", diz o professor Liao
Yu Chieh, do Insper.
Para o diretor de varejo do
Banco do Brasil, Jânio Carlos
Macedo, a segurança é um
dos motivos que leva os bancos estatais a concentrar
quase 60% dos depósitos em
poupança no país.
"A população brasileira é
conservadora nas suas aplicações. Apesar da mobilidade social, muitos clientes
mantiveram o hábito de continuar aplicando na caderneta", afirmou.
Dados do FGC mostram
que hoje há 924 mil poupanças individuais com depósitos acima de R$ 60 mil, com
saldo total de R$ 140 bilhões,
sendo que apenas uma parte
menor desse dinheiro é coberta pelo fundo.
Se esse risco fosse dividido, cada um desses investidores estaria descoberto em
quase R$ 100 mil. Se for considerado que parte desses
clientes possui outras aplicações que dependem do mesmo seguro, a perda potencial
desses correntistas é ainda
maior.
A única aplicação em renda fixa para altos valores
com 100% de cobertura é a
de títulos públicos no Tesouro Direto. Nesse caso, mesmo
que o banco ou a corretora
quebre, o correntista continua dono dos títulos garantidos pelo governo federal.
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