São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2010

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25% de depósitos em caderneta não possuem cobertura de seguro

DE BRASÍLIA

A procura dos brasileiros pela caderneta de poupança voltou a crescer neste ano e, junto com esse interesse, aumentou também a quantidade de dinheiro depositado sem cobertura do seguro do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Cerca de 25% dos depósitos na caderneta de poupança (R$ 85 bilhões) não possuem essa cobertura. Ou seja, são recursos que podem desaparecer de uma hora para outra em caso de quebra da instituição financeira na qual estão aplicados.
O FGC é responsável por garantir os depósitos dos clientes de todos os bancos brasileiros até o valor de R$ 60 mil por CPF em cada instituição financeira.
Apesar de o sistema bancário estar fortalecido -a última quebra de uma instituição com poupança foi a do Bamerindus, em 1997-, esse dado mostra que a poupança pode carregar o mesmo nível de risco que um investimento em CDB, que conta com a mesma cobertura.
"Tanto quando aplica em CDB como em poupança, você corre o risco de crédito do banco", diz o professor Liao Yu Chieh, do Insper.
Para o diretor de varejo do Banco do Brasil, Jânio Carlos Macedo, a segurança é um dos motivos que leva os bancos estatais a concentrar quase 60% dos depósitos em poupança no país.
"A população brasileira é conservadora nas suas aplicações. Apesar da mobilidade social, muitos clientes mantiveram o hábito de continuar aplicando na caderneta", afirmou.
Dados do FGC mostram que hoje há 924 mil poupanças individuais com depósitos acima de R$ 60 mil, com saldo total de R$ 140 bilhões, sendo que apenas uma parte menor desse dinheiro é coberta pelo fundo.
Se esse risco fosse dividido, cada um desses investidores estaria descoberto em quase R$ 100 mil. Se for considerado que parte desses clientes possui outras aplicações que dependem do mesmo seguro, a perda potencial desses correntistas é ainda maior.
A única aplicação em renda fixa para altos valores com 100% de cobertura é a de títulos públicos no Tesouro Direto. Nesse caso, mesmo que o banco ou a corretora quebre, o correntista continua dono dos títulos garantidos pelo governo federal.


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