São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2011

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De olho no futuro, BP investe em novas usinas de etanol no Brasil

Britânica compra a totalidade das empresas em que era sócia e anuncia plano de expansão

Companhia pretende construir três unidades e expandir atuais para produzir 2,7 bilhões de litros em cinco anos

TATIANA FREITAS

DE SÃO PAULO

Para atender o deficit na oferta de etanol no país e a futura demanda mundial por biocombustíveis, a britânica BP anunciou um ousado plano de expansão para produzir o combustível no Brasil.
Sem revelar valores de investimento, a empresa informou ontem que pretende aumentar sua capacidade de moagem de cana dos atuais 7,5 milhões para 30 milhões de toneladas, em cinco anos.
Em plena capacidade, as usinas produzirão 2,7 bilhões de litros de etanol -cerca de 10% da produção nacional.
As três unidades que a empresa opera, em Goiás e em Minas Gerais, terão suas capacidades industriais (hoje, de 2,5 milhões de toneladas cada uma) duplicadas.
Além disso, três usinas serão montadas nos mesmos Estados, com capacidade para moagem de 5 milhões de toneladas de cana -uma delas já está em construção.
O crescimento de 300% da capacidade industrial exigirá expressivos investimentos no campo. Neste ano, a BP não usará a totalidade de sua capacidade instalada por falta de cana e moerá apenas 6 milhões de toneladas.
A empresa pretende investir R$ 70 milhões em plantio e na expansão da unidade em Edeia (GO). Em março deste ano, outros R$ 100 milhões foram anunciados para os canaviais e melhorias nas outras duas usinas já existentes.
Segundo Mario Lindenhayn, presidente da BP Biocombustíveis no Brasil, a empresa dará prosseguimento aos projetos industriais de acordo com o aumento da produção agrícola.

LONGO PRAZO
As três novas usinas da BP são alguns dos poucos projetos novos anunciados nos últimos anos, marcados por grandes operações de fusões e aquisições no setor, mas poucos investimentos em capacidade adicional e produção agrícola -cenário que resultou em preços mais altos.
Segundo Lindenhayn, o plano de expansão da BP, em uma fase de indefinições no setor, é resultado de planejamento de longo prazo.
Estudos da BP mostram que os biocombustíveis devem atingir participação de 15% na matriz energética mundial para transportes em 2030, ante 3% atualmente.
"O etanol de cana tem espaço reservado na demanda global por biocombustíveis. Hoje ele é o mais eficiente na redução de gases do efeito estufa", afirma o executivo.
Para ele, o aumento dos custos de produção no país e as incertezas sobre a regulação no setor não alteram a competitividade do etanol de cana no longo prazo.
Após criar uma divisão para biocombustíveis, em 2005, a BP ingressou em etanol no Brasil em 2008 e, desde então, trabalhou em parceria com a Tropical BioEnergia e a CNAA (Companhia Nacional de Açúcar e Álcool).
Ontem, adquiriu a totalidade dessas empresas. Detentora de 50% da Tropical, a BP comprou a outra metade por US$ 71 milhões.
Por US$ 25 milhões, comprou mais 3% das ações da CNAA e passou a deter 99,97% do total -0,03% está nas mãos de minoritários.


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