São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2011

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Cobrança indevida lidera reclamações feitas ao Procon-SP

Mais da metade desses débitos não foi devolvida; produtos com defeito aparecem na segunda posição

Telefônica está no topo da lista pelo quinto ano seguido, com o Itaú Unibanco repetindo o segundo lugar de 2009

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

As cobranças indevidas lideraram o ranking de reclamação da Fundação Procon-SP em 2010, respondendo por 28% das queixas -8.855 de um total de 31.509.
É a primeira vez que o órgão estadual, ligado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, divulga a lista geral de acordo com o motivo.
O item inclui, por exemplo, erros devido a falhas nos sistemas de cobrança das empresas, gerando faturas em duplicidade. No caso dos bancos, o órgão identificou serviços não solicitados e tarifas não previstas.
Mais da metade (50,2%) desses débitos, apesar da queixa formal, não foi devolvida pelas empresas.
Em seguida aparecem os produtos com defeito (5.510), principalmente em celulares.
Nesse caso, 43,4% dos clientes tiveram de arcar com o prejuízo. Os problemas com a entrega, citados por 2.658 consumidores, estão em terceiro, com 48,3% de reclamações não atendidas.
"As empresas estão mais preocupadas em investir no processo de venda do que no de pós-venda. Não há um equilíbrio", afirma Paulo Arthur Leoncini Góes, diretor-executivo do Procon-SP.
Sobre a chegada de novos consumidores ao mercado, com a ascensão da classe C, ele destaca que há uma grande parte dos clientes com "deficit de conhecimento muito grande e, do outro lado, deficit de informação por parte das empresas".

RANKING
Pelo quinto ano seguido, a Telefônica liderou o ranking, com o Itaú Unibanco repetindo o segundo lugar de 2009.
A Eletropaulo seguiu o caminho inverso de Bradesco, Samsung e Claro, que subiram posições no ranking, ao cair da terceira para a sexta colocação no período.
Apesar disso, a distribuidora deixou de atender 71,1% das reclamações. O número só não é maior -levando em conta as dez empresas que estão no topo- do que o do Santander (79,1%). Considerando o volume total de 31.509 reclamações, esse item é bem menor (50,4%).
Para Maurício Morgado, professor de marketing da FGV, o que favorece o ambiente de mau atendimento é a falta de concorrência.
"Os setores com mais reclamações são aqueles em que há menor concorrência, como telefonia, bancos e TV a cabo. Se tivesse empresa brigando pelo cliente, a situação seria outra", diz.

Colaborou CAROLINA MATOS, de São Paulo


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