São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2011

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Classes baixas descobrem nova fronteira de consumo

Água de coco, bebidas de soja, tinta de cabelo e biscoito atraem classes C2, D e E

Pesquisa da Nielsen aponta que até 65% do aumento do consumo se deu em famílias com renda de até R$ 933

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Depois da ascensão da classe C, chegou a vez de as classes mais baixas puxarem o crescimento do consumo.
Levantamento da consultoria Nielsen sobre aumento de penetração de 51 categorias de produtos (alimentos e bebidas, higiene e limpeza) constatou que 65% dos novos lares consumidores são das classes C2 (renda familiar média de R$ 933), D e E (renda familiar até R$ 618).
Esses consumidores estão entrando em novas categorias ou tendo acesso a produtos de maior valor. Entre as categorias em que o maior crescimento se deu nos lares de menor renda estão água de coco, bebidas à base de soja, leite fermentado, tinta de cabelo, xampu e biscoito.
Os dados, diz Arlete Soares Corrêa, gerente de desenvolvimento de serviços ao cliente da Nielsen, mostram uma "quebra de paradigma". "Até então, fabricantes e varejistas achavam que deveriam ter uma marca para as classes mais altas e outra para as classes D e E", diz.
"Mas, em certas categorias, o consumidor das classes mais baixas está disposto a pagar por uma marca de maior valor", completa.
Os grandes desafios, segundo ela, são identificar as categorias pelas quais o consumidor está disposto a pagar mais e tornar a marca de maior valor mais acessível.
"Adequações de tamanho de embalagem ou promoções são estratégias que ajudam a adequar o produto ao bolso desse consumidor."
Considerando o universo de produtos auditados pela Nielsen, um total de 139 categorias que representam 6% do PIB brasileiro (R$ 215 bilhões), houve um aumento de consumo de 5,7% em 2010 -abaixo, portanto, do PIB, que cresceu 7,5%. O setor que mais cresceu foi o de bebidas não alcoólicas (9,6%), seguido de perecíveis (9,3%).
Dentre os canais de venda, o estudo mostra que as classes C, D e E estão preferindo se abastecer nos "atacarejos" (atacado que também vende para o consumidor final), que oferecem menos serviços, mas preços melhores. Os hipermercados perderam participação pelo segundo ano consecutivo.


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