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VAIVÉM
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Brasil e Argentina ampliam parceria no trigo
Tradicional fornecedora
de trigo para o Brasil, a Argentina firmou convênio
com os moinhos comprometendo-se a entregar o produto de acordo com as necessidades da indústria nacional.
Em troca, os consumidores brasileiros garantem prioridade ao cereal argentino
nas importações -por ano, o
país precisa importar 5 milhões de toneladas.
Para Sérgio Amaral, presidente da Abitrigo, o maior
benefício da parceria é a previsibilidade de abastecimento do cereal, na medida em
que a troca de informações
entre os dois países se torne
mais frequente.
A novidade do acordo é a
elaboração de uma classificação para o trigo importado.
As especificações foram
discutidas entre técnicos brasileiros e argentinos e, com
elas, os exportadores portenhos avaliam que ficará mais
fácil responder ao que deseja
a indústria brasileira -disposta a pagar mais pelo cereal que obedeça os padrões.
"Se a produção atender à
demanda específica, conseguimos agregar valor ao nosso produto", afirma Mariano
Otamendi, membro da Carbap (associação que reúne
70% dos produtores de trigo
da Argentina) e da Aaprotrigo (entidade que representa
toda a cadeia do cereal).
A proximidade entre produtores argentinos e a Abitrigo também pode estimular
os agricultores brasileiros a
se adaptarem às necessidades dos moinhos.
A falta de adequação da
produção nacional à demanda industrial é uma queixa
antiga do setor.
"Não faz mais sentido ficar
com um mico nas mãos. Esse
convênio também é um convite aos produtores brasileiros a fazer o mesmo. É um caminho bom para todos", afirma o presidente da Abitrigo.
DESESTÍMULO
Argentina
deve colher safra de
10 mi de toneladas
A Argentina deve colher até 10
milhões de toneladas de trigo
neste ano, segundo estimativa
de Mariano Otamendi, da Carbap (associação de produtores
argentinos). A projeção é mais
pessimista do que a do mercado, que prevê 12 milhões de toneladas. A intervenção do governo na comercialização desestimula o plantio, diz.
Demanda em alta O
aumento das exportações está segurando o preço do açúcar no mercado interno, apesar do avanço da colheita. O
indicador Cepea/Esalq ficou
em R$ 40,33 por saca nesta
semana, preço apenas
0,07% menor do que o da semana passada.
Fila Aliada à forte procura externa, a chuva provoca,
no porto de Santos, uma fila
de navios que transportam
açúcar. Os embarques estão
parados há três dias. Ontem,
45 navios aguardavam para
serem atracados e mais 16 devem chegar até o dia 25, segundo a Santos Associados
Consultoria e a Unimar
Agenciamentos Marítimos.
Impulso Os preços das
frutas subiram mais de 7%
no primeiro semestre, segundo índice da Ceagesp. A laranja, em período de entressafra até o final de abril, foi a
principal vilã. Agora, em plena safra, a tendência é de
preços estáveis. A alta na cotação do suco no mercado internacional estimula as compras da indústria.
Altas lá fora As commodities agrícolas internacionais encerraram o dia com
forte valorização ontem. Na
Bolsa de Chicago, o trigo liderou com alta de 6,6%, cotado
a US$ 5,96 por bushel. Em
Nova York, o açúcar teve ganho de 2,47%, negociado a
17,39 centavos de dólar por libra-peso.
E aqui dentro A ligeira
melhora na demanda e a
pouca oferta de feijão fizeram o preço subir nas lavouras do país. Os melhores negócios já ocorrem a R$ 130
por saca de 60 quilos. Na média, o valor é de R$ 119,33.
Analistas do setor acreditam
que o feijão carioca volte a
apresentar valorização nas
próximas semanas.
TRIGO
+6,6%
Ontem, em Chicago
CACAU
-2,14%
Ontem, em Nova York
TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES
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