São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Brasil e Argentina ampliam parceria no trigo

Tradicional fornecedora de trigo para o Brasil, a Argentina firmou convênio com os moinhos comprometendo-se a entregar o produto de acordo com as necessidades da indústria nacional.
Em troca, os consumidores brasileiros garantem prioridade ao cereal argentino nas importações -por ano, o país precisa importar 5 milhões de toneladas.
Para Sérgio Amaral, presidente da Abitrigo, o maior benefício da parceria é a previsibilidade de abastecimento do cereal, na medida em que a troca de informações entre os dois países se torne mais frequente.
A novidade do acordo é a elaboração de uma classificação para o trigo importado.
As especificações foram discutidas entre técnicos brasileiros e argentinos e, com elas, os exportadores portenhos avaliam que ficará mais fácil responder ao que deseja a indústria brasileira -disposta a pagar mais pelo cereal que obedeça os padrões.
"Se a produção atender à demanda específica, conseguimos agregar valor ao nosso produto", afirma Mariano Otamendi, membro da Carbap (associação que reúne 70% dos produtores de trigo da Argentina) e da Aaprotrigo (entidade que representa toda a cadeia do cereal).
A proximidade entre produtores argentinos e a Abitrigo também pode estimular os agricultores brasileiros a se adaptarem às necessidades dos moinhos.
A falta de adequação da produção nacional à demanda industrial é uma queixa antiga do setor.
"Não faz mais sentido ficar com um mico nas mãos. Esse convênio também é um convite aos produtores brasileiros a fazer o mesmo. É um caminho bom para todos", afirma o presidente da Abitrigo.

DESESTÍMULO
Argentina deve colher safra de 10 mi de toneladas A Argentina deve colher até 10 milhões de toneladas de trigo neste ano, segundo estimativa de Mariano Otamendi, da Carbap (associação de produtores argentinos). A projeção é mais pessimista do que a do mercado, que prevê 12 milhões de toneladas. A intervenção do governo na comercialização desestimula o plantio, diz.

Demanda em alta O aumento das exportações está segurando o preço do açúcar no mercado interno, apesar do avanço da colheita. O indicador Cepea/Esalq ficou em R$ 40,33 por saca nesta semana, preço apenas 0,07% menor do que o da semana passada.

Fila Aliada à forte procura externa, a chuva provoca, no porto de Santos, uma fila de navios que transportam açúcar. Os embarques estão parados há três dias. Ontem, 45 navios aguardavam para serem atracados e mais 16 devem chegar até o dia 25, segundo a Santos Associados Consultoria e a Unimar Agenciamentos Marítimos.

Impulso Os preços das frutas subiram mais de 7% no primeiro semestre, segundo índice da Ceagesp. A laranja, em período de entressafra até o final de abril, foi a principal vilã. Agora, em plena safra, a tendência é de preços estáveis. A alta na cotação do suco no mercado internacional estimula as compras da indústria.

Altas lá fora As commodities agrícolas internacionais encerraram o dia com forte valorização ontem. Na Bolsa de Chicago, o trigo liderou com alta de 6,6%, cotado a US$ 5,96 por bushel. Em Nova York, o açúcar teve ganho de 2,47%, negociado a 17,39 centavos de dólar por libra-peso.

E aqui dentro A ligeira melhora na demanda e a pouca oferta de feijão fizeram o preço subir nas lavouras do país. Os melhores negócios já ocorrem a R$ 130 por saca de 60 quilos. Na média, o valor é de R$ 119,33. Analistas do setor acreditam que o feijão carioca volte a apresentar valorização nas próximas semanas.

TRIGO
+6,6%
Ontem, em Chicago

CACAU
-2,14%
Ontem, em Nova York
TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES



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