São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Após ano de recuperação, indústria de defensivos espera crescer em 2011

O mercado de defensivos agrícolas recuperou, em 2010, os valores de 2008.
Após queda de 7% em 2009, o faturamento do setor cresceu 9% no ano passado e atingiu US$ 7,2 bilhões, segundo o Sindag (sindicato da indústria de defesa agrícola).
Os números sugerem uma evolução do volume vendido -não divulgado pelo Sindag-, mas a valorização cambial resultou em compressão de margens para a indústria instalada no Brasil. Em reais, as vendas tiveram queda de 3% em relação a 2009, para R$ 12,4 bilhões.
As vendas de herbicidas, em reais, foram as que mais sofreram em 2010, com retração de 10%. Já a comercialização de fungicidas, demandados para controle da ferrugem da soja, subiu 5% e chegou a R$ 3,7 bilhões.
A soja, aliás, continuou dominando a entrega de defensivos, concentrando 46% do total, seguida pela cana (11%), milho (10%), algodão (10%), e café e citros, ambos com 4% de participação.
Entre as regiões compradoras, o Mato Grosso foi, pelo sétimo ano consecutivo, o maior consumidor, com 20% do total. E o Paraná, com 15%, ultrapassou São Paulo (14%) pela primeira vez e ficou com a segunda posição.
Para este ano, o setor aposta nos altos preços das commodities agrícolas para crescer. "Esse patamar das cotações faz com que se adote mais tecnologia no campo", afirma Eduardo Daher, diretor-executivo da Andef (associação representativa da indústria de agroquímicos).
Para ele, o faturamento em dólar deve aumentar entre 5% e 6% em 2011. Apesar de o percentual ser menor do que os 9% de 2010, o crescimento deste ano deve ser real para a indústria, já que a base de comparação é mais elevada.

Soja em queda Como reflexo das sucessivas quedas na Bolsa de Chicago, o preço da soja também teve forte retração ontem no mercado interno. A saca chegou a ser negociada a R$ 43,50 em Goiás. Na média, o valor foi de R$ 46,40, perda de 2% no dia.

Boa safra gaúcha A colheita de arroz ganha ritmo e a produtividade de 7,5 toneladas/hectare no Rio Grande do Sul surpreende. Mantidas as atuais condições, a safra gaúcha caminha para o recorde de 8,5 milhões de toneladas, diz a Brandalizze Consultoria.

Altas em NY O algodão bateu novo recorde de preço -US$ 1,97 por libra-peso. A alta de 3,7% foi motivada por notícias sobre aumento da demanda chinesa. O açúcar subiu 3%, para US$ 0,31 por libra-peso.

Trigo As exportações atingiram 402 mil toneladas em janeiro, mais que o dobro das registradas no mesmo período do ano passado, informou um analista do governo à Reuters.

Cotação do boi é a maior para fevereiro desde 1996

O preço do boi gordo continua firme. Em plena safra, o valor da arroba se mantém acima de R$ 100 em São Paulo -maior valor para o mês de fevereiro desde 1996, segundo a Scot Consultoria.
A oferta de bois para abate está menor do que a esperada para esta época do ano, enquanto a demanda por carne se mantém aquecida.
Segundo Gabriela Tonini, da Scot, a conjunção desses fatores impede recuos maiores da arroba, que em novembro chegou a R$ 115.
A antecipação de venda de animais no final de 2010, para aproveitar o valor recorde da arroba, contribui para a atual restrição de oferta.

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES


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