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ANÁLISE
Comércio se acomoda, mas deve se expandir neste ano
ALEXANDRE ANDRADE
ESPECIAL PARA A FOLHA
A queda observada no índice geral da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE em
abril pode ser interpretada
mais como um movimento
de acomodação do que como
uma reversão da trajetória de
alta do indicador.
Os principais condicionantes da demanda, a saber,
a massa salarial, o crédito e a
confiança do consumidor,
continuaram a apresentar
evolução favorável.
Destaca-se que as condições de crédito devem piorar
com mais força a partir do segundo semestre, devido à
elevação da taxa básica de
juros da economia pelo Banco Central.
Isto vai enfraquecer a demanda das famílias por crédito e afetar, principalmente,
a venda de bens duráveis.
De todo modo, o mercado
de trabalho deve continuar
em trajetória positiva nos
próximos meses, o que indica que não deve ocorrer queda na demanda por bens não
duráveis.
Até abril, segundo o BC, as
condições de crédito mostraram-se ainda relativamente
favoráveis aos consumidores. As taxas médias de juros
ficaram estáveis em relação
às praticadas em março pelas
instituições financeiras.
No médio prazo, essa trajetória de queda dos últimos
meses deve se reverter, dado
que não só as taxas de captação devem subir mais como
também o "spread" bancário. De todo modo, as condições dos financiamentos devem seguir relativamente favoráveis no curto prazo.
Já as variáveis do mercado
de trabalho devem apresentar evolução positiva nos
próximos meses. Tanto os índices de ocupação quanto de
renda devem crescer, em virtude do aquecimento da atividade e de ganhos de produtividade na economia.
Além disso, a massa salarial nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil deve aumentar 6,3% neste
ano frente ao resultado do
ano passado.
Em suma, a julgar pela
atual trajetória dos condicionantes das vendas no varejo,
o índice geral da Pesquisa
Mensal do Comércio deve
voltar a mostrar altas nos
próximos meses, embora
com menor ímpeto do que no
primeiro trimestre.
Em comparação a 2009, o
índice deve registrar alta de
10,3% neste ano.
ALEXANDRE ANDRADE é analista da
Tendências Consultoria Integrada
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