|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula pressiona a Câmara para concluir a votação do pré-sal
Meta do presidente é realizar pelo menos um leilão neste ano
VALDO CRUZ
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva tem pressa em
aprovar o pacote do pré-sal
no Congresso porque deseja
fazer pelo menos um leilão
na área ainda neste ano.
Ele pediu a Michel Temer
(PMDB-SP), presidente da
Câmara e agora vice na chapa da petista Dilma Rousseff,
para votar já na próxima semana o projeto que cria o novo marco regulatório do setor
de petróleo e o Fundo Social
-a ser formado com a renda
do pré-sal.
Em conversa com Temer,
Lula disse que quer deixar o
governo com a marca de ter
sido o responsável pelas mudanças no setor de petróleo.
Mas reconheceu que dificilmente haverá tempo para fazer o leilão antes da eleição.
Além de fazer durante seu
governo leilão para dar início
à exploração do pré-sal em
novas áreas, Lula quer a garantia, prevista no projeto,
de adotar o sistema de partilha de produção, pelo qual a
União fica com a maior parte
do petróleo extraído.
O projeto, contudo, vem
acompanhado de uma emenda polêmica, que dividiu a
base aliada do governo, acirrou a disputa entre Estados e
foi contaminada pelo período eleitoral.
Trata-se da que redistribuiu os royalties antes destinados somente aos Estados e
municípios produtores a todas unidades da Federação
por meio do fundo de participação, que prioriza critérios
populacionais.
"Minha emenda entrou na
garupa de uma matéria que é
urgente para o governo. Não
há opção senão aprová-la ou
rejeitá-la. Aposto que o placar [a favor da mudança nos
royalties] vai se ampliar", diz
o deputado Ibsen Pinheiro
(PMDB-RS), um dos autores
da emenda.
O governo tende a vetar a
alteração, que prejudica apenas Rio de Janeiro e Espírito
Santo, maiores produtores
de petróleo em mar do país.
Os representantes desses Estados admitem que podem
ser derrotados na Câmara,
mas apostam no veto.
A maior pressão vem do
governador do Rio, Sérgio
Cabral (PMDB), candidato à
reeleição no terceiro maior
colégio eleitoral do país.
O projeto começa a ser debatido na próxima terça, mas
a expectativa é votá-lo somente no dia seguinte.
Texto Anterior: Fundador é herói de imigrantes e vilão para feministas Próximo Texto: Vaivém: Votorantim e chineses criam projeto de R$ 3,2 bi em MG Índice
|